O preço dos alimentos deve aumentar nos próximos anos, previsão é da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em relatório divulgado na segunda quinzena de fevereiro/10. Segundo a entidade, a produção de energia e o crescimento da renda em países em desenvolvimento vão ser alguns dos responsáveis pela alta. As lideranças mundiais buscam acordos para controlar o aquecimento global e alternativo para continuarem crescendo. Segundo a FAO, as metas estipuladas entre os países não consideram as condições de mercado. A crescente demanda por biocombustíveis deve elevar os preços do milho e de óleos vegetais usados como matéria-prima para biodiesel e etanol. Ainda de acordo com a entidade, os preços dos alimentos também vão ser pressionados pelo crescimento da renda das famílias nos países em desenvolvimento, o que pode ameaçar a segurança alimentar, especialmente nas regiões mais pobres do planeta. A agência também alertou que medidas protecionistas e o acumulo de estoques podem desequilibrar o mercado. No relatório, a FAO também prevê que o aumento da população vai gerar um forte crescimento da demanda por produtos pecuários. A produção global deve subir para mais de 463 milhões de toneladas por ano até 2050. Atualmente, são produzidos 228 milhões de toneladas anuais. Neste período, o rebanho de bovinos, por exemplo, deve subir de 1,5 bilhões para 2,6 bilhões de cabeças. A FAO também estima aumento no número de cabras e ovelhas. O relatório anual não fazia referência ao setor pecuário desde 1982. A Avicultura também tem perspectivas de crescimento e o Brasil será o pólo produtor do mundo em razão das condições favoráveis de clima, área, mão de obra, condições de bioseguridade e capacidade empreendedora nesse segmento em comparação a outros paises com menor viabilidade econômica para projetos avícolas. A demanda global por produtos pecuários deve ter forte expansão até 2050 por causa do aumento da população, por isso, grandes investimentos são necessários para ampliar a produção, afirma a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). A produção global anual de carne deve subir para 463 milhões de toneladas até 2050, ante 228 milhões de toneladas de agora.
Para 2019, um trabalho preparado de outubro a dezembro do ano passado, reflete uma combinação de resultados e análises que não incluem quaisquer efeitos de curto prazo devido ao “Caso Rússia”, que anunciou no início de 2010 cotas e exigências sanitárias mais rígidas para a importação da carne americana, tratando do aperto contínuo sobre as compras russas, já que o país constrói concretamente sua auto-suficiência no setor de carnes. Os países em desenvolvimento serão a principal fonte de crescimento da demanda mundial e do comércio de carnes de 2008 a 2019. A demanda é ainda reforçada por taxas de crescimento populacional que atingem o dobro dos países desenvolvidos. Países da África e do Médio Oriente seriam responsáveis por 60% do crescimento das importações de carne de aves e mais de 10% nas importações de carne bovina. As importações de carne de aves por grandes importadores não declinou durante a recessão global e devem aumentar em cerca de 1,5 milhões de toneladas (25%) entre 2010 e 2019. As exceções a esta regra são a antiga União Soviética (FSU), Europa e Japão. A Rússia continuará a ser um grande comprador de aves, mesmo com uma forte queda nas importações. A política atual torna mais restritiva a importação de aves e incentivam a produção de aves localmente. A diminuição do crescimento da renda e no consumo per capita de aves no país reduz ainda mais a necessidade de importações. A União Européia-27 continuará a ser um importador líquido, mas a diferença entre o volume das importações e o volume das exportações aumentará à medida que a UE vende menos e compra mais. No Japão, as importações do setor permanecerão estáveis, crescendo menos de 1% no período.
O crescimento da renda dos consumidores deverá aumentar a demanda e as importações de aves no México, América Central e Caribe. Os produtos de aves permanecerão menos caros do que os bovinos e suínos, além do estímulo da procura. No México, a produção avícola doméstica continua a aumentar durante o período de projeção, mas sobe em um ritmo mais lento do consumo. As importações de aves pelo Egito, pela Arábia Saudita e outros países da África do Norte e região do Oriente Médio já respondem por 25% das grandes importações negociadas e serão responsáveis por mais da metade do aumento das importações entre 2008 e 2019, como conseqüência do crescimento da população e aumento da demanda. As preocupações com o bem estar animal e o aparecimento de doenças em vários países são esperados e devem retardar o crescimento da produção nacional e aumentar a demanda por importações. Por causa da gripe aviária, alguns grandes países exportadores, como a Tailândia e a China, passou a exportar a maior parte de produtos totalmente cozidos e devem continuar a fazê-lo. Devido aos seus custos de produção mais elevados, esses produtos cozidos serão desenvolvidos ou comercializados para países de alta renda da Ásia, Europa e do Oriente Médio. Na China, o aumento do consumo de carne de aves será absorvido pela expansão da produção doméstica, mas prosseguem as importações. Já as exportações crescem a cada ano cerca de 15.000 toneladas
Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola.