Recente publicação editada pela Associação Brasileira do Agronegócio comprova um resultado altamente significativo para a produção rural brasileira: em algumas regiões do país, mais de 90% dos entrevistados reconhecem a importância do agronegócio nacional, não só para a economia do Brasil, mas também para a população mundial. Neste último caso, a constatação se refere ao abastecimento dos mais variados mercados, especialmente a China, responsável por considerável importação de soja.
O Brasil mantém posição privilegiada no “ranking” dos maiores produtores de alimentos do mundo, sendo o primeiro colocado como exportador. Além de mostrar a competência do produtor brasileiro, o país realça o excepcional trabalho da Embrapa – considerada a grande responsável por esse desempenho, reconhecido em todo o planeta.
Infelizmente, conforme já mencionei em outros artigos, o Rio de Janeiro não se inclui entre os estados brasileiros que se posicionam de maneira elogiável nessa matéria. Sua classificação é inexpressiva na área de alimentos.
Há pouco tempo, a FIRJAN promoveu um seminário para discutir a deficiência na produção de madeira. Na ocasião, foi divulgado que 89% da madeira consumida pelas indústrias do ramo sediadas no Rio de Janeiro são importadas. Ou seja: nós exportamos capital em troca de itens que podemos produzir aqui, assim como trazemos de outros estados perto de 70% do leite que necessitamos, sem contar a importação maciça de feijão, arroz e outros produtos indispensáveis para alimentar nossa população.
O que nos acostumamos a ouvir é que nosso estado não tem vocação para a agricultura, quando na realidade parece que inexiste vontade política para transformarmos esse quadro.
A região serrana de Friburgo, por sua característica particular, poderia perfeitamente povoar seus morros com o plantio de madeira e promover a consequente chegada de diversas indústrias ligadas a este setor, estimulando a geração de emprego e renda. Nesse aspecto, não podemos deixar de criticar os políticos municipais pela falta de incentivo à produção de madeira – atividade que em muitos lugares favorece a abertura de um grande número de vagas, que podem ser transformadas em riquezas, hoje perdidas pela falta de sensibilidade dos dirigentes públicos.
Seria bom que os titulares de cargos eletivos despertassem para essa triste realidade.
Joel Naegele, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura