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Finda o ano, chega outro - Por Odacir Klein

É normal que ao final de cada ano sejam feitas análises do que passou e, diante da iminência do início de outro, perspectivas sejam divulgadas. 2011 teve períodos distintos, se considerarmos o milho no contexto de sua cadeia produtiva.

É normal que ao final de cada ano sejam feitas análises do que passou e, diante da iminência do início de outro, perspectivas sejam divulgadas.

2011 teve períodos distintos, se considerarmos o milho no contexto de sua cadeia produtiva, principalmente no respeitante ao consumo.

O primeiro semestre ocorreu, para o produtor do grão, em período de calmaria, com preços compensadores e sem problemas de mercado. Isto, no entanto, representou custos altos para as rações, dificultando os resultados para áreas altamente consumidoras, como avicultura e suinocultura.

No segundo semestre, tivemos inicialmente a insegurança relativa à questão da dívida pública dos Estados Unidos. Não houvesse o acordo político para ampliação dos limites do endividamento naquele país teria ocorrido expressiva emissão de dólares, tumultuando a situação cambial e dificultando para os que exportam produtos não negociados nas bolsas.

Superada esta situação, pelo menos transitoriamente, a crise europeia passou a preocupar, pois estabeleceu uma gangorra resultante da insegurança. Os recursos dos fundos internacionais, especulando ou investindo, direcionavam-se de um ativo para outro causando variações cambiais ou quedas nos preços de grãos vendidos nas bolsas internacionais.

No Brasil, o plantio da primeira safra de milho foi altamente expressivo, em função dos preços ocorridos no segundo semestre de 2010 e no primeiro de 2011. A segunda safra também terá grande aumento de área plantada. Prevê-se, desta forma, se não ocorrerem maiores contratempos climáticos, safra abundante com volumosos excedentes exportáveis, principalmente no Centro-Oeste e mais acentuadamente no Mato Grosso. No entanto, os estoques mundiais continuam baixos.

O ano de 2012 iniciará com todas as inseguranças resultantes do quadro internacional. A expectativa que se tem é de que as crises não afetem o consumo de alimentos, em decorrência do que continuaremos exportando e, no caso específico do Brasil, com mercado interno demandante.

Diante disto, iniciar-se-á o próximo ano com expectativa de manutenção das vendas de proteínas animais sem queda significativa e até com algum aumento. De outra parte, no caso específico do milho, como os estoques mundiais são apertados, embora previsão de safras abundantes na America do Sul pode-se prever preços que não repetirão o primeiro semestre de 2011, mas que dificilmente, em função dos fundamentos de mercado hoje existentes, repitam a situação vivida em 2009 e no primeiro semestre de 2010.

No próximo ano espero que possamos analisar este quadro com uma situação mundial economicamente mais confortável.

Lembro a todos que a Klein & Associados, em parceria com a Expodireto/Cotrijal, a Fecoagro/RS e a Apromilho/RS, realizará, no dia 5 de março de 2012, na Expodireto/Cotrijal, em Não-Me-Toque/RS, o 4º Fórum Nacional do Milho.

Boas festas e feliz 2012, com as bênçãos divinas.

Por Odacir Klein, advogado e profissional da área contábil. É sócio da Klein & Associados e coordenador do Fórum Nacional do Milho.
www.forumdomilho.com.br