O consumo mundial de frango registrou enorme crescimento nas últimas décadas, de dois quilos per capita/ano em 1970 para quase de 11 quilos em 2010. No Brasil, de 1983 a 2009, ele cresceu mais de 300%, já a carne bovina recuou e a suína aumentou modestamente. Em países com tradição em carne bovina como Argentina, o consumo por pessoa/ano de carne de frango se aproxima a 35 quilos, fenômeno com diversas explicações, tendo o fator preço como o mais importante. Além do custo dessa proteína ser baixo, o ciclo produtivo da carne de frango é curto, permitindo rápidos ajustes da oferta e impedindo explosões de preço. É possível observar que, quando o consumidor é induzido a procurar outras fontes protéicas, ele não volta à original, mesmo passado o pico de preços. Diferenciais da carne de frango em relação a outras carnes, em razão das exigências ambientais e padrões sanitários rígidos, deverão aumentar ainda mais.
O acelerado crescimento de consumo tem como causa a imagem do produto (mais saudável) e o aumento da renda nos estratos populacionais de mais baixo poder aquisitivo, fator que beneficia o consumo da carne de frango em particular. Com o crescimento de renda, esses estratos populacionais deixam o subconsumo e passam a consumir uma proteína de alta qualidade e de preço adequado ao seu orçamento, no caso, a carne de frango. A carne suína que poderia ser uma opção sofre com preconceitos quanto a sua saudabilidade e com as limitações de consumo impostas por questões culturais em alguns países. Todo este cenário é benéfico ao Brasil, já que o País é o maior exportador mundial de carne de frango e um dos mais eficientes produtores da proteína, fora isto se observa um crescimento do consumo mundial do produto, que tende a se acelerar nos próximos anos.
A avicultura conta com essa continuidade de crescimento como sendo uma grande oportunidade que, registre-se, vem sendo muito bem aproveitada para expandir ainda mais essa atividade do agronegócio, responsável por gerar milhões de empregos diretos e indiretos e efeitos paralelos altamente positivos em outras cadeias produtivas de grande importância econômica como, especialmente, a agricultura, com a utilização na alimentação das aves dos cereais soja e milho. Acrescente-se a isto o lado sócioeconômico da atividade, com o sistema de integração de agroindústrias e produtores rurais, que tem nesse modelo um sucesso, evitando o êxodo rural e garantindo maiores resultados de rentabilidade em relação a outras culturas. Produtores e municípios são beneficiados pela participação em distribuição de renda, impostos e da inclusão dessas famílias na economia ativa dessas comunidades.
Comentário Avícola
Frango continua ganhando espaço entre proteínas - Parte 2 - Por Valter Bampi
Sendo o maior exportador e um dos mais eficientes produtores de frango, o Brasil é um dos principais beneficiados com o aumento no consumo mundial desta proteína.