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O Brasil como força, o setor rural como exemplo - por Joel Naegele

País consolidou sua presença no mercado mundial e, mais do que isso, a sua competência no campo, com produtividade crescente e criatividade. Leia artigo.

Quem acompanha o noticiário preocupado em não perder o trem da história, tem se fartado de notícias alvissareiras. As boas novas associam nosso país a um “mar tranquilo e de céu azul”, com a economia pujante, tendo como principal fator de alavancagem a produção rural. O foco incide sobre as grandes e crescentes safras de grãos, com especial destaque para a agricultura de exportação, onde predominam a soja e o milho, e a nossa avançada pecuária de corte, que fez do Brasil o maior exportador de carnes.

Esse quadro não se altera já há algum tempo. É uma incontestável prova de que consolidamos a nossa presença e, mais do que isso, a nossa competência no campo, com produtividade crescente e criatividade. Em meio a esse desempenho, bastante visível por sinal, contamos ainda com o auxílio do excepcional trabalho desenvolvido pela Embrapa que, com suas pesquisas avançadas, favorece o aumento da produção e a diminuição das áreas exploradas, contribuindo para a minimização dos problemas ambientais.

No Rio de Janeiro, a despeito do interesse e do idealismo dos homens que exerceram e outros que ainda exercem funções importantes no governo estadual nessa área, projetos do passado nunca foram concretizados. Isso se explica pelo fato de que os governadores da época nunca deram à nossa agricultura a atenção que merecia. Preocupavam-se, apenas, com os grandes centros consumidores, que também são os grandes colégios eleitorais.

Parece que despertamos para a necessidade de mudar esse quadro, com a maior presença do governo do estado, ampliando, em muito, seu interesse na solução dos problemas que criavam entraves para o produtor.

Sabe-se que isso só não basta. É necessário ao trabalhador rural, além de se manter, uma renda que lhe permita um pouco do conforto de uma residência decente, dotada de condições mínimas, mas que ofereça vida com dignidade. É preciso ainda que ele tenha a garantia de estradas vicinais decentes que facilitem – e não dificultem como ainda acontece – o escoamento da produção para ser processada ou comercializada fora da porteira. Nesse aspecto, os prefeitos assumem posição de destaque, pois cabe a eles a tarefa de manutenção das estradas entre fazendas e sua ligação com os centros comerciais.

É inegável que houve avanços, mas é importante que haja uma integração maior entre o estado e as prefeituras. Os produtores não precisam de “bolsa família”, e sim de estímulos e compreensão para seus problemas. Creio que podemos ser otimistas com os caminhos que começam a se abrir para os nossos homens do campo.

*Joel Naegele é Vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Conselheiro da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Membro da Câmara Setorial de Agroegócio da Alerj e Diretor da Associação Comercial de Cantagalo.