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Qual o melhor caminho a seguir? - José Annes Marinho

Começamos 2013 com grandes perspectivas no agro. Novamente o setor ajuda o país a manter-se com o superávit.

Qual o melhor caminho a seguir? - José Annes Marinho

Amigos, começamos 2013 com grandes perspectivas no agro. Novamente ajudamos o país a manter-se com o superávit, crescimento do PIB do Agro na casa de 2,9%, uma safra estimada em 180,2 milhões de toneladas, e um crescimento pífio em áreas – o que significa que estamos produzindo mais e no mesmo lugar. No entanto, os senhores devem estar se perguntando, o que fazer? Vender o restante da soja e do milho em contratos futuros? Resposta difícil, pois estamos colhendo soja no Centro-Oeste com excelentes produtividades – o que pode gerar maior oferta. Porém, o Rio Grande do Sul ficou praticamente 25 dias sem água: seria o suficiente para perdermos produtividade? Certamente, muitos de nós que já garantimos nossos custos estamos de olho no mercado. Vejam que estranho: o consumo de carnes cresce, porém os preços pagos aos produtores continuam os mesmos, ou seja, baixos. Será que alguns pecuaristas não estão pensando em migrar para grãos, ou até mesmo, arrendar suas áreas? E o leite que vive quase que uma crise eterna, preços magros que colocam os produtores que vivem deste segmento em checkmate? Indústria: olhos abertos! Vocês não estão vendo isso? Não estamos em um simples jogo de xadrez.

No entanto, nem tudo são lagrimas! Depois de alguns anos complicados, os produtores voltam a melhorar sua gestão graças à tecnologia. Haja vista que seremos o maior produtor e maior exportador de soja do mundo. Mas o que isso significa para nosso setor? Que certamente seremos mais cobrados, que nossas técnicas terão de ser cada vez mais apuradas, que aspectos antes deixados de lado como: meio-ambiente, mão de obra e gestão, serão o norte para obtenção do sucesso, ou seja, do lucro dentro da porteira. E a pecuária, o que podemos pensar? Qual melhor caminho? Talvez com a melhoria de nossas técnicas, analise de mercado, controle fitossanitário do rebanho, rastreabilidade: tudo isso poderia nos tirar de certos problemas que às vezes aparecem do nada.

Alguns colegas pecuaristas já falam que se deve migrar para área de grãos dizendo que o retorno é muito melhor. Muito cuidado com esta decisão! Talvez neste momento o setor de grãos esteja em melhores condições. No entanto, para essa tomada de decisão, é preciso estrutura, conhecimento, pessoas, máquinas e logística. Com isso, possivelmente o produtor tem grande chance de ter sucesso. Mas lembre-se que o custo do investimento é alto!

Enfim, qual seria o melhor caminho a seguir? Agricultura (grãos) ou pecuária? Posso lhes dizer que, independente da decisão, é preciso muita dedicação! Ambos são bons caminhos, alguns ganham mais hoje, outros ganham mais amanhã. O fato é que precisamos estar preparados e capacitados para investir e obter o retorno esperado. Bem vindos a 2013: que tenhamos mais vitórias e poucas surpresas.

Por José Annes Marinho, Engenheiro Agrônomo, Gerente de Educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal – Andef