Surtos de gripe causada pelo vírus H5N1 entre as aves migratórias européias aparecem em frentes frias que fazem com que aves silvestres mudem seus padrões de migração, dizem cientistas, indicando que períodos frios podem prever surtos futuros e o frio esta chegando ao nosso continente. Pesquisadores holandeses e americanos descobriram que os surtos europeus da gripe aviária no período 2005-2006 foram conduzidos por movimentos coletivos de aves aquáticas silvestres para locais onde a água de que precisam para sobreviver não havia congelado. Isso tem importantes implicações para a vigilância sanitária, que deve ter por alvo áreas onde as temperaturas estão próximas ao congelamento, especialmente regiões com grande densidade de aves de corte próxima aos locais nos quais aves aquáticas se congregam. O texto pode ser encontrado em http://dx.plos.org/10.1371/journal.ppat.1000854.
A transmissão do H5N1 para seres humanos é difícil, mas quando ocorre, a doença pode se mostrar letal. Desde 2003, 492 pessoas foram contaminadas, e 291 morreram por causa dessa doença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde e a Avicultura sabe quanto trabalhou no auge desse problema na mídia internacional em 2006.
Avanço da tecnologia não permite à avicultura de descuidos e devemos ser, sempre, preventivos para continuar melhorando índices técnicos e econômicos- como a conversão alimentar, idade de abate, viabilidade, uniformidade de planteis, produção de ovos, eclosão, controle de enfermidades, qualidade intestinal e pele, custos de produção, enfim todos os indicadores de produção, industrial e de mercado.
Aves são alimentadas à base de uma ração com milho/sorgo e soja, matérias-primas com incremento de produtividade e monitoria de insumos e ingredientes da ração são fundamentais, assim como a utilização do melhor pacote genético e atenção ao Bem Estar e Boas Praticas de Produção e Fabricação em toda a cadeia. Em 2020, a carne de frango deterá metade do consumo no Brasil e os brasileiros consumirão em 2010 16,870 milhões de toneladas das carnes bovina, suína e de frango. O maior volume – 46,8% do total – será da carne de frango, vindo a seguir a carne bovina, com 37,4% e, por fim, a carne suína, com 15,8% do consumo total. Já o esperado a daqui a 10 anos é um consumo total 28,39% maior que o atual percentual que corresponde a um volume da ordem de 21,660 milhões de toneladas. Espera-se que pouco mais da metade desse consumo (50,1%) seja da carne de frango, cabendo às carnes bovina e suína participação de, respectivamente 35,3% e 14,6%. A maior parcela de carnes produzidas em 2009 – 11,127 milhões de toneladas, 50,2% do total – foi de frango no Brasil. Esses dados reforçam a preocupação constante com nosso status sanitário
A avicultura brasileira tem excelência na produção, qualidade, nutrição, sanidade, capacitação de pessoas na gestão desses e outros fatores, oferecendo mundo afora produtos que atendem necessidades de praticidade, conveniência e segurança alimentar aos mais exigentes consumidores, atributos que fazem do pais o terceiro maior produtor e líder mundial – desde 2004 nas exportações de carne de frango, com quase quatro milhões de toneladas embarcadas com receita de, aproximadamente, US$ 6 bilhões no ano passado. O setor exportador de carne de frango foi impactado pela retração da economia mundial – razão da crise financeira internacional -, reduzindo preços e encomendas de clientes importantes como Rússia, Japão e Venezuela e pela valorização do real ao dólar, o câmbio diminuiu a competitividade do produto no mercado internacional e comprimiu a rentabilidade das empresas.
Apesar dos problemas enfrentados estamos em situação privilegiada no que diz respeito aos índices de produção e de exportações do agronegocio e na pauta de exportações do País (sexta colocação). A cadeia produtiva de carne de frango brasileiro emprega quase cinco milhões de pessoas, com, aproximadamente, 300 mil em chão de fábrica de processamento, unindo, de forma inédita, o pequeno produtor rural familiar ao comércio mundial de alimentos. Mesmo com expressivos avanços experimentados pela avicultura brasileira e os enfrentamentos vivenciados pelo setor, as bases da cadeia produtiva da avicultura brasileira são sólidas e estão ajustadas à realidade, tanto na sua produção sustentável ao mercado, satisfazendo consumidores e alem de atingir índices de grandeza a preocupação deve estar pautada em sermos os melhores. Algumas associações ligadas ao agronegocio estarão a partir de maio/10 realizando “Workshops” sobre planos preventivos a saúde avícola e isso e muito importante para estarmos sempre alertas, já que retração de mercado, também, passa por restrições sanitárias.
Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola