O sistema de produção avícola integrada – uma parceria que há 60 anos une criadores de frangos e agroindústrias, principalmente em território gaúcho catarinense e paranaense – é exitosa e deve ser mantida. Graças a ela fortaleceu-se a economia de municípios e fixou a família no campo, amenizando o êxodo rural. A avicultura é a melhor alternativa econômica para o pequeno produtor rural, constituindo um modelo copiado por outros países da América Latina e do Oriente Médio que nos procuram frequentemente em busca de empresas brasileiras que queiram se instalar no exterior, oferecendo, para isso, uma série de incentivos fiscais e materiais.
2009 foi um ano difícil para a agricultura e o agronegócio em geral, período no qual produtores e indústrias amargaram prejuízos, depois de um período de crescimento médio anual de 12% na década, havendo recuo nos mercados tradicionais. O Brasil cresceu apenas na Ásia e na África. 2010 projeta incremento de 5% no volume de produção física de carne de frango e 10% em receitas. O consumo per capita nacional chegará próximo de 40 kg/habitante/ano e as exportações também devem crescer, com a recuperação dos preços em dólar, ampliando a presença em mercados emergentes, como Nigéria, Indonésia, Malásia e Paquistão. A carne brasileira é exportada para mais de 150 países.
A carne de aves é universalmente aceita em razão de sua alta qualidade e da inexistência de restrições de ordem religiosa e o sistema de integração levou bem-estar às famílias rurais e transferiu tecnologia aos criadores, sendo injustas algumas críticas endereçadas ao sistema de integração, tendo a Embrapa com pesquisas econômicas sobre custos e resultados atestando o equilíbrio na relação produtor/indústria e despesa e renda. Todas as regiões brasileiras desejam empresas avícolas com esse sistema de produção, em razão da capacidade de gerar empregos, viabilizar estabelecimentos rurais e distribuir riquezas ao longo da cadeia produtiva. A cadeia mantém, no Brasil mais de 4,5 milhões de empregos. O Estado de SC lidera as exportações, posição que rivaliza com o Paraná que e o maior produtor de aves do país, tendo no sistema de integração e investimento das Empresas permanentemente na elevação dessa competitividade.
É absurda a sugestão de transformar avicultores integrados em empregados das agroindústrias em regime de CLT. Os criadores são empresários rurais, proprietários de seus imóveis que, além da avicultura produzem grãos, leite, frutas, suínos e etc, não constituindo uma relação empregatícia. O temor e que esse tipo de discurso leve os frigoríficos a repensar a transferência para o centro-oeste, onde estados oferecem fortes incentivos e a produção de grãos é farta. Sabe-se que o contrato de parceria e legal e que esta regulamentada na legislação civil brasileira.
Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola.