Vacinar in ovo hoje – vacinação e aplicação de vacinas via ovo – é uma tecnologia na avicultura que se massificará, não somente em relação ao custo comparativo com as tradicionais técnicas, mas pelo conceito de produtividade eficaz. Explico. Esta é uma operação que garante 100% de efetividade da ave estar vacinada, não ocorrendo isso no campo, pela falta de padronização, já que envolve múltiplos operadores – pessoas – que podem falhar na vacina em alguns pontos, como, aplicação, conservação em ambiente refrigerado, falta de discernimento sobre a importância desse controle, não atendimento ao padrão, dentre outros. Algumas empresas já apresentam ganhos nos índices zootécnicos e laboratoriais, dando segurança às companhias com esse novo conceito. A tecnologia de vacinar ovos férteis hoje é desenvolvida e fabricada no Brasil e no exterior, com máquina simples de operar e que não exige muita manutenção, podendo ser adquirida na forma de financiamento ou em parcerias de comodatos com fornecedores.
Bem-estar animal é um conceito hoje explorado da melhor forma possível para obter-se o melhor resultado econômico nas organizações e, às vezes, a miopia de empresários e técnicos faz com que a visão seja focada, somente, para a redução de custos sem observar a relação de custo e benefício gerado. É por isso que na adoção de uma nova tecnologia devemos observar o resultado de retorno econômico do projeto. No caso da vacina in ovo a padronização da operação deve resultar em melhor resultado de ganho de peso, conversão alimentar e viabilidade das aves, associada à efetiva proteção constatada clinicamente e em análises laboratoriais para as enfermidades que estamos prevenindo.
As vantagens dessa técnica podem ser citadas nos seguintes aspectos: unificamos o processo em um local – incubatório – em vez de centenas ou milhares de aviários – padrão ou padronização -, variando de empresa para empresa, confiabilidade aumentada da eficácia da vacina pela operação padrão com acompanhamento da garantia de qualidade do setor de incubação, tempo maior do produtor avícola para se dedicar às boas práticas de manejo, não ocorrência de sintomas respiratórios no campo por reações vacinais, tempo maior da equipe técnica para outras supervisões e orientações – algumas empresas até possuem equipes de vacinação no campo -, eliminação de riscos de falta de refrigeração e/ou não vacinação por não valorização da operação pela ignorância em relação a riscos sanitários por parte dos produtores e outros.
Tecnologias associadas ao bem-estar e Boas Práticas de Criação são bem-vindas pelo setor, acrescentando que esses conceitos, sempre, foram explorados na avicultura, já que a vivemos ou crescemos nas empresas, somente, com lucros em suas operações. Portanto, toda nova tecnologia deve ser fundamentada em retorno econômico. Épocas de crises como estamos passando nos faz cortar despesas e custos, mas reforço, que no caso da vacinação in ovo e outras, as contas devem estar ligadas ao benefício do projeto: receita – despesas = saldo + em termos de resultado econômico às companhias.
Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola.