Amigos e amigas leitores deste artigo e das notícias diárias colocadas aos nossos olhos pelos meios de comunicação, principalmente meios eletrônicos como este que mensalmente leva os meus artigos e de muitos outros profissionais e colegas do
setor do agronegócio brasileiro.
Confesso que hoje levantei até mais cedo, inspirado, vendo talvez uma luz ou oportunidade real que a tempo não via – e olha que não é em função das últimas notícias sobre a aprovação do Japão em importar carne suína catarinense, tão menos na
viagem do próximo final de semana de governantes e empresários que embarcam para aquele país – falo em “mobilização nacional”. Tenho acompanhado ha muitos anos as dificuldades vividas por quem efetivamente produz renda neste País, muitas
foram as mobilizações, paralisações. É só lembrar as costumeiras promovidas pelo setor suinícola, agrícola, dos transportadores, dos agricultores perdendo suas terras por interesses camuflados atrás de áreas indígenas e por aí a fora. Se estivesse
vivo o grande líder político Leonel Brisola, ele diria “são os interéces”. Sim, interesses de alguns a custa de muitos que me parecem ter acordado. Precisamos nos juntar. Sei que não é o perfil do povo brasileiro, tão menos do nosso agricultor fazer
este tipo de movimento, nem mesmo de questionar ou reivindicar políticas mais justas para quem alimenta este País e o ajuda com o superávit da balança comercial. Mas é hora de nos juntar, somar com os já igualmente indignados com as políticas
públicas brasileiras.
um grupo bem maior de pessoas em condições de trabalho gratuita. A situação causa, inclusive, uma diminuição de mão-de-obra, tendo que importá-la de outros países.
Ancoramos nossas esperanças no crescimento das exportações, no aumento do consumo interno que acontece com o esforço do setor produtivo, mas que não tem trazido ganhos, renda liquida. Não há mecanismos que possam rentabilizar um setor
quando se trata em alimentar um povo que não tem renda ou muitas vezes nem mesmo emprego tem.
Fazer programas sociais da ibope e votos, mas as custas de quem tira com suor o fruto da terra, é desrespeito e isso não podemos aceitar. Não elegemos mais políticos que trabalham por nós e sim aqueles que votam com o governo e em
contrapartida trazem recursos para os municípios ou estado mas que não tem dado saúde, segurança, condições de transito nas estradas etc.
Enfim, não quero utilizar deste importante espaço nem mesmo do seu tempo, caro leitor, para dizer aquilo que tenho certeza é de seu conhecimento e é consenso, quero propor que, através deste meio de comunicação que tem o poder de, com
suas informações e notícias influenciar o mercado com informações positivas e negativas, façamos uma verdadeira corrente de mobilização não apenas para somarmos na grande multidão que já se junta, mas para que nossos objetivos, demandas e
indignações também sejam levadas a conhecimento. Afinal, as mortes de empresas e famílias do setor não podem passar despercebidos.
País do agronegócio não pode morrer calado, avante!
Wolmir de Souza, presidente do Intituto Nacional da Carne Suína (INCS).