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Comentário Suíno

Brasil e EUA sinalizam para subida de preços - Por Jim Long

<p>Com o descarte de matrizes promovido por duas grandes potencias suinícolas mundiais, haverá menor número de suínos para exportação, impulsionando preços. Jim Long continua abordagem sobre o drama da maior granja estatal do mundo.</p>

A saga da Big Sky continua. A maior granja estatal do mundo, a Big Sky, revelou seu dilema financeiro na semana passada para a corte canadense. O gancho: a Big Sky deve 96 milhões de dólares e registra uma enorme perda de aproximadamente US$ 40 milhões nos últimos 25 meses. Desde o dia 1º de junho, a Big Sky perdeu cerca de US$ 2 milhões por mês (Veja detalhes aqui, em inglês). 

Documentos judiciais revelam que o governo de Saskatchewan, no Canadá, investiu cerca de US$ 30 milhões na Big Sky (62% das ações). Porque um governo acharia necessário ou desejável financiar uma operação maciça de suínos, concorrendo com os produtores independentes contribuintes. Isto está além de nós. Agora, os “bruxos” que operam a Big Sky acumularam US$ 14,7 milhões de dívidas para os credores. A probabilidade desses pobres credores (na sua maioria agricultores que vendem grãos) serem pendurados para secar é grande. 

Não encontramos nenhum comentário sobre a situação feito pelo presidente da Big Sky, Larry Martin (Big Shy – Grande Tímido).  Achamos isto interessante, visto que o economista nunca foi tímido ao longo dos anos, dizendo aos suinocultores como devem operar a sua indústria. Desapareceu em combate, talvez. É sempre interessante quando os economistas levam sua teoria de negócios para o mundo real. Não é mais um exercício acadêmico. A boa notícia é que o atual governo anunciou que eles não têm a intenção de colocar mais dinheiro na Big Sky – US$ 30 milhões é o suficiente! 

Documentos judiciais mostram que a Big Sky possui 41.994 matrizes mais os seguidores, um dos dilemas a ser resolvido na reorganização é que os seus ativos fixos são avaliados em US$ 94.605.000, ou seja, cerca de US$ 2.250 por matriz. Para que haja um valor de mercado perto de nossas condições atuais poderia ser um desafio para a suinocultura.

Estamos conscientes de que os bancos canadenses têm oferecido as boas e grandes matrizes, as quais eles assumiram o controle, por cerca de 500 dólares por animal, oferecendo boas condições de pagamento da dívida. No momento, a Big Sky está perdendo mais ou menos 500 mil dólares por semana. Será preciso uma contabilidade imaginária para arranjar alguém para bancar este fundo de caixa. Até o final do dia, a Big Sky deve “ir embora”. Nunca um governo deveria ter sua própria granja. É moralmente errado que os governos concorram com os produtores independentes. Pensar que a Big Sky poderia se reorganizar utilizando o programa de ajuda ao suinocultor do governo do Canadá, com garantia de empréstimo para salvar o seu “bacon” é bizarro. Um erro do governo coberto por outro. Somente as empresas viáveis podem se beneficiar de garantias de empréstimos. O que é viável? US$ 40 milhões em perdas? 

Brasil 

Na semana passada nós recebemos visitantes do Brasil (Genesus associates). Assim como na América do Norte, os suinocultores brasileiros têm perdido US$ 25,00 por animal, há muito tempo. Consequentemente, há descarte de matrizes no Brasil. Não podemos confirmar quantas matrizes vêm sido descartadas, pois não há um inventário oficial. A boa notícia para Brasil e EUA é que ambas são as grandes potências suinícolas exportadoras do mundo, com o menor custo de produção. Ambos os países estão descartando. Melhor apostar que teremos menor oferta de suínos para exportação no futuro. Ambos precisam de preços melhores, nós esperamos que isto aconteça em 2010. 

Outras observações: 

– O último relatório semanal dos EUA informa que foram comercializadas 66.650 matrizes. Em nossa opinião, território de descarte. O preço da matriz subiu para US$ 46,09 por quilo, e o peso de 230 para 270 quilos. O maior preço deve ajudar a semear o fluxo de caixa e tornando mais fácil para os produtores a compra de leitoas. 

– Suínos desmamados mantém preço médio do relatório do USDA, fechando em US$ 36,78 na semana passada. A previsão era de US$ 36,23. Pela primeira vez, desde fevereiro, o caixa ultrapassou a previsão. O crescimento de preços reflete os aspectos verdadeiros de fornecimento e demanda. Preços suínos mais altos estão chegando. 

– O H1N1 parece ter atingido o pico. Graças a Deus! Já era hora da gripe suína da mídia terminar – melhor. Isto vai ajudar na melhora da procura por carne suína no mercado doméstico e vai melhorar o acesso à exportação. 

– O relatório mensal do USDA sobre o armazenamento de carne suína em câmera fria foi positivo. O armazenamento caiu de 528 milhões de quilos do mês passado para 520 quilos. O estoque de presunto caiu 25 milhões de quilos na relação com o ano passado. Podemos agradecer ao México pelo aumento da demanda pelo presunto, puxando o estoque para baixo. 

– Talvez nós estejamos procurando muito por notícias positivas, mas na semana passada a média diária de pesos das carcaças de carne magra foi menor do que na semana anterior. Precisamos de maior peso para entrar em sintonia com menor abate de suínos. 

Resumo: 

Alguns itens, como o Big Sky nos fazem parecer cínicos. Infelizmente, temos visto a dor dos produtores reais que emprestam dinheiro real com garantias pessoais sendo financeiramente devastados pelo prejuízo da indústria suína nos últimos 27 meses. Faz a gente ficar com raiva quando vemos um financiamento do governo canadense para a Big Sky.