Redação (09/10/2008)- A liquidação do rebanho de cria americano é real. Desde 1º de dezembro de 2007 (39 semanas) o rebanho nacional dos Estados Unidos perdeu 172.000 matrizes (Dic. 6.221 milhões; Sep 6.049 milhões), o que representa uma média de 4.400 cabeças por semana. Cada semana, durante as últimas 39, temos retirado do sistema de produção 100.000 matrizes por ano. 172.000 matrizes a menos significa que um volume de mais de 3 milhões de suínos não irão ao mercado. Se a esta redução somarmos as 150.000 matrizes que saíram do sistema de produção do Canadá, poderíamos dizer que entre os dois países foi feito um grande esforço para reduzir inventários e ajudar a empurrar um pouco mais para cima o preço. Por não ter sido assim, muito seguramente as coisas estariam ainda pior do que temos visto.
Em nossa opinião veremos que esta tendência continuará em um futuro próximo a um ritmo de entre 4/5 mil matrizes por semana. Por quê? Não há construções novas. A construção de novas instalações foi a mais baixa nos últimos 10 anos. Ficamos sem dinheiro e sem coragem. Tem sido brutal!
Informe Suíno USDA, 1º. Setembro
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Suíno de mercado
| Suínos de Mercado e grupos de suínos por pesos | 2007 | 2008 | 2008 como % de 2007 |
| 1,000 cabeças | |||
| Abaixo 60 libras | 22,650 | 22,573 | 100 |
| 60-119 libras | 15,262 | 15,418 | 101 |
| 120-179 libras | 12,531 | 13,295 | 106 |
| 180 libras y mas | 10,623 | 11,312 | 106 |
Cremos que o período outubro-novembro continuará sobre forte pressão do mercado. Um volume de suínos de mais de 6% saindo ao mercado produziram esse efeito.
A categoria de suínos abaixo de 120 lbs mostra só 1% mais de suínos e isto já nos daria um pouco mais de respiro no manejo de preços. Estes suínos chegarão ao mercado ao final de novembro. A partir do segundo trimestre esperamos ver uma redução entre 4-6% em uma base anual, então poderemos ver suínos a $1.00 dólar a libra. Necessitamos deste estímulo, já que com a loucura do etanol-milho os custos de produção estão escalando por cima dos $0.80 USD/lb. Se não temos dinheiro para então, poderíamos ir pensando em conseguir trabalho no Mc Donalds.
Outra carta mais no jogo
A crise financeira dos Estados Unidos poderia aumentar as dificuldades para encontrar crédito. 700 mil milhões devem sair de alguma parte. Assumirá os bancos um novo risco? Que tanto respaldo pedirá os bancos para acordar novos contratos? O que acontecerá com as taxas de interesse? Não vai ser nada fácil. É incrível como todos esses Einsteins de Wall Street têm arruinado uma economia e muitos países. Nós como suinocultores temos sido pegos no meio com danos colaterais. Não devemos esquecer que estes mesmos Einsteins foram os que colocaram todo o dinheiro nas 250.000 matrizes de Premier Estándar Farms e Heartland Pork em 1998 que posteriormente inundou o mercado, fazendo colapsar a indústria em geral. As sociedades quebraram, eles perderam todo o dinheiro, mas todos nós pagamos por sua estupidez coletiva. Nós somos Main Street e eles são Wall Street. A fortaleza da economia americana se deve a gente como nós, não é a “habilidade” dos “traders” da bolsa que não fazem nada, não vendem nada e cumprem muito pouco.
Benedicto Arnold? Brutus?
Bill Niman, fundador do Rancho Niman, uma empresa produtora de carne natural de suíno e de gado localizada em Bolinas, Califórnia, escreveu um editorial em São Francisco Chronicle onde não duvida em colocarmos a faca na garganta de todos os suinocultores, apoiando a proposição 2 que proibirá o uso de gaiolas parideiras na etapa de gestação na produção suinícola.
Ele disse assim: “simplesmente não há desculpas para confinar animais em estreitas gaiolas que o impossibilitam a dar uma volta ou estender suas extremidades. Infelizmente tal miséria é o diário viver de milhões de animais”.
“Se uma matriz tem acesso a varas, ramos e forragens altas, será capaz de fabricar seu ninho para sua ninhada, mas em operações industriais confinadas, nada disso é possível. O terrível confinamento das granjas modernas frustra os instintos mais importantes da matriz, incapacitando-os inclusive para girar ao redor, esticar seus membros e muito menos construir um ninho”.
O servil tem escrito muito mais, mas cremos que vocês já puderam definir o ponto. Até onde sabemos Niman Ranch adquire a maior parte de suas matrizes de instalações antiquadas de granjeiros que não podem competir com os sistemas agropecuários modernos. As matrizes parem em ninhos, a maioria. Com toda segurança que esta granja que utiliza este maravilhoso sistema tem a mais alta mortalidade e menos suínos no mercado. Isso é humano? Niman desenvolveu um nicho de mercado, onde cobra mais por sua carne… ele sabe vender seu conto; e tudo isso está bem, mas colocar seu julgamento moralista contra toda a indústria, isso sim é cruzar os limites. Até onde sabemos este sistema não inclui uma planta empacotadora que acolha seus animais. Ele necessita que individualizem seu sistema de matança. Talvez os empacotadores devam dizer não ao sistema de Niman Ranch. Talvez os pecuaristas devessem perguntar a estas empresas porque apoiam a Niman, quem está gerando um ataque frontal e hostil a nossa indústria. Talvez ele devesse construir sua própria empresa?
É nossa indústria, é nosso investimento, não devemos permitir que um nicho de mercado da Califórnia nos prepare a agenda.
Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics
Tradução: Fernando Ortiz Gerente de vendas Genesus em Ibero-América
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02/10/2008 – http://www.suinoculturaindustrial.com.br/site/dinamica.asp?id=35731&tipo_tabela=negocios&categoria=economia
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