Redação (21/11/2008) – Depois de 18 meses de aumentos semanais no número de animais saindo para o mercado americano, finalmente na semana passada isto se reduziu um pouco; 2,370 milhões (ainda uma cifra alta), mas 53 mil cabeças a menos do que na mesma semana do ano passado. Nós produtores necessitamos de um pouco de alívio… Os preços continuam muito baixos no mercado Iowa-Minessota, fechando sexta-feira passada em 51.18, o que se traduz em nossa aritmética como perdas de US$ 40 por cabeça. Em um futuro próximo, esperamos ver um mercado um pouco mais regularizado, quando o rebanho reprodutivo dos dois países, Canadá/Estados Unidos, começar a mostrar os resultados de sua recente liquidação de matrizes, em nível de fluxo de produção.
Afortunadamente, todos os segmentos de produção de carne diminuíram sua produção no último ano. Teremos menos suínos, menos frango, menos carne bovina. Isto se traduzirá em cerca de 100 milhões de libras a menos de carne por semana para o mês de dezembro. Dito de outra forma, a disponibilidade de carne per capita sofrerá uma redução de 1/3 de libra por semana. Em um contexto global, veremos cortes na produção de carnes na Europa, Brasil e outros países. Uma queda rápida na oferta de proteína de origem animal no mundo irá produzir um aumento nos preços.
Demanda
Todo o mundo fala de uma demanda nas exportações de carne. A crise econômica mundial é relevante, mas também é relativa. Nós esperamos, como no passado, que toda a carne produzida será consumida. A carne não vai ser deixada em aterros sanitários. A pergunta não é sobre o consumo, é o consumo, mas a que preço.
À medida que a oferta se reduz, veremos os preços subirem. A história tem nos ensinado que na América do Norte o consumo de carnes nunca foi afetado pelas crises econômicas. É possível que as pessoas não freqüentem muito os restaurantes, mas continuaram comendo carne. Em nível mundial o consumo de carne aumentou, tal como esperávamos, e esta tendência se manterá relativamente bem. Normalmente o restante do mundo paga mais pela carne do que nos Estados Unidos. São pessoas que estão acostumadas a altos preços e, todavia, estão demandando o produto. Na Rússia, por exemplo, com o suíno a US$ 350 a cabeça, a carne realmente é mais custosa, mas os consumidores continuam comprando toda a produção mais o importado.
Não foi nada divertido o nosso negócio nos últimos meses. A boa nova é que as dolorosas perdas econômicas resultaram em importantes cortes na produção de frango, suíno e bovino. Houve um momento em que os efeitos financeiros de um problema econômico global podem exemplificar; é agora, quando começará a queda da oferta de proteína de origem animal.
Califórnia
No fim de semana os californianos votaram pela eliminação das jaulas de gestação nas granjas suínas em 2015. A Sociedade Defensora dos Animais dos Estados Unidos (HSUS, em inglês) foi o órgão proeminente desta proposta. Em nosso ponto de vista, a HSUS não está realmente interessada em propor trocas nas técnicas de produção suína ou avícola. O seu principal objetivo é fomentar uma sociedade que não consuma carne. A HSUS é oportunista e ganha vantagens de situações nas quais o setor de produção demora em se defender. A HSUS é esperta em arrecadar dinheiro por meio de temas emocionais, utilizando para isto todos os meios de comunicação (incluindo a Ophah – apresentadora televisa famosa nos Estados Unidos) para divulgar sua mensagem. A HSUS ataca o setor produtivo. Nós negociamos, tratamos de enfrentar o “problema”, racionalizá-lo, mas todas as estratégias tem sido inúteis. A HSUS sabe de que alguma maneira nós temos o poder, já que os consumidores americanos amam carne e votam diariamente cada vez que a consomem. Eles consomem, inclusive, mais carne agora que antes. A HSUS pretende separar um fato cultural e histórico, que nos tem colocado no topo da cadeia alimentar, com um argumento emocional.
Precisamos deter esses absurdos, nos unirmos mais e não abandonar nosso campo de jogo. É a única maneira ou senão eles regressarão com um novo “problema” toda vez. Eles são nossos inimigos e querem nos arrancar de nosso negócio de nosso meio de sobrevivência. Devemos nos unir mais.
Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics
Tradução: Fernando Ortiz Gerente de vendas Genesus em Ibero-América
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