Depois de ter estado na Rússia por duas semanas e encontrado produtores que recebiam US$ 100 por suíno terminado, agora sinto o amargo retorno à nossa realidade. Na última sexta-feira, em Minnesota (Iowa), a média de carne magra era de 51.09. Isto significa que grande parte dos produtores americanos está perdendo US$ 25 por suíno. O problema do vírus da gripe H1N1 continua pesando em nossa produção. E os produtores só falam em pandemia. Não há uma guerra se iniciando, mas, no entanto, eles precisam ter algum assunto para comentar. E, dessa forma, alguns supostos fatos acabam surgindo:
– De 250 mil a 500 mil pessoas em todo o mundo morrem de gripe ao ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO);
– 399.232 é o número confirmado de casos de gripe A H1N1, de acordo com o relatório da WHO, de 11 de outubro;
– 3.735 é o número de mortes associadas à gripe A H1N1, de acordo com o mesmo relatório.
O vírus H1N1 matou menos pessoas durante os últimos seis meses (4.735) do que a gripe convencional mata a cada seis dias (cerca de 700 pessoas por dia).
Lembrando que em 2005, o “czar da gripe” das Nações Unidas assustou o mundo, quando anunciou que a gripe aviária, na época, poderia matar mais de 150 milhões de pessoas em todo o planeta.
Nota do editor: Ele estava errado! Gripe Aviária! Gripe A H1N1! Bovinos e ovinos: é melhor se prepararem, pois vocês serão os próximos!
Esta é uma grande oportunidade para indústria farmacêutica. Vacinas estão a caminho e, provavelmente, serão lançadas em breve porque a indústria precisa recuperar os bilhões que estão sendo gastos com as suas pesquisas e seu desenvolvimento antes que a realidade apareça, pois esta é uma forma amena da gripe.
Enquanto isso, os milhares de suinocultores continuam sofrendo com as finanças. Vinte e seis meses de perdas, aos bilhões, foram agora estendidos e ampliados. Quando Washington ajudou Wall Street durante a crise, criada pela ambição e estupidez do setor econômico, os suinocultores foram deixados sozinhos, sem nenhum suporte financeiro ou de crédito para manter as exportações de carne suína. Derrubados pelo medo do H1N1.
Há dinheiro (subsídios) para transformar milho em etanol e tarifas para proteger esta indústria. Mas não há nada para a produção animal. O padrão de vida em cada sociedade pode ser avaliado pela quantidade de carne que consome. Quanto maior for o consumo de carne melhor é o padrão de vida dessas pessoas. Nós agora estamos nos aproximando de um ataque sistemático que coloca os nossos custos lá no alto (milho) e a demanda lá embaixo (gripe H1N1, acesso de mercado). Pouco está sendo feito pelos nossos governantes, eleitos por nós, para nos proteger. Isto é triste e errado.
Enquanto isso, a liquidação de matrizes continua, com a desistência, toda semana, de mais produtores de seus negócios. Haverá menos suínos terminados no futuro e os preços se recuperarão. E quando isto acontecer, será com uma vingança. Assim como foi com a vaca-louca e a gripe aviária. As pessoas logo se esquecerão.
Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics
Tradução: Andrea Quevedo/Gessulli Agribusiness