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Comentário Suíno

Comentário Suíno - Difícil ser otimista

<p>Para nosso colunista, a fraca demanda desencadeada pela gripe A(H1N1) está desanimando os suinocultores, gerando uma onda de pessimismo. Leia a coluna.</p>

Este é um momento difícil para nossa indústria e estamos com dificuldades de encontrar razões para sermos otimistas. Após semanas e semanas de perdas produtivas de US$ 20 a US$ 30 por suíno, alguns produtores entraram em contato conosco perguntando quando a situação vai melhorar. Não temos respostas. O colapso na demanda por carne suína foi desencadeado pelo H1N1 e estamos presos a esta situação.

Algumas observações
• As principais entidades suinícolas dos Estados Unidos e do Canadá (National Pork Producers Council, National Pork Board e Canadian Pork Council) não agiram de forma eficaz e os meios de comunicação continuam a utilizar o termo “gripe de suína” e não o nome oficial H1N1. A nomenclatura negativa tem sido devastadora. Por que as entidades não ameaçam os grupos de mídia com uma ação legal? US$ 50 milhões por ano gastos na construção de uma marca e para a defesa de nossa honra não é feito nada. As entidades deveriam nos liderar, e não parecer “um cervo nos faróis”. Agora é a hora dos organismos responsáveis pelos fundos coletivos dos produtores agir. A indústria está perdendo bilhões, é necessária uma ação real.
• Ouvimos relatos de que o descarte de matrizes se intensificou e que até suínos menores estão seguindo para o mercado. “A corrida se iniciou”. Todos os dias a capacidade de produção cai. É triste quando percebemos que todos os dias há famílias cujo sonho de serem suinocultores autossuficientes é destruído. O abençoado etanol de milho e o H1N1. Duas situações que estão fora do controle de todos os produtores, geradas por políticas governamentais e pela falta de ação, que continuam a devastar os empresários do nosso negócio.
•  Uma família que comprou a briga e aparentemente perdeu a batalha foi a Stomp Family Farms de Saskatchewan. Eles chegaram a ter mais de 20 mil matrizes, mas hoje estão descartando os animais. Mais um sonho de família quebrado pelas circunstâncias de nossa indústria. Enquanto são sacrificados, eles olham a paisagem da granja Big Sky de Saskatchewan, a maior granja suína estatal do mundo. A Big Sky é sustentada pelo tesouro do governo, enquanto ainda se beneficia de um subsídio governamental único, especial para Saskatchewan. Agora, o governo de Saskatchewan, através da Big Sky, vai controlar mais da metade das matrizes da província. Uma das melhores partes da história da Big Sky é que seu presidente é um renomado agente-economista, Larry Martin. Ele sempre foi ágil em comunicar aos granjeiros como eles deveriam operar durante seu mandato na Universidade de Guelph. É interessante ver o que acontece quando o lecionador-professor-filósofo fica por trás da linha de responsabilidade. Não, não duvidamos que as atuais operações (antes dos subsídios) da Big Sky serão uma das piores de nossa indústria. Nota para o governo de Saskatchewan: Feche a Big Sky. Os governos não devem ter explorações suinícolas próprias e competir com a agricultura familiar. É imoral e contra todos os princípios que levaram você a ser eleito.

• O USDA apenas reduziu a estimativa da produção suína de 2010 de 10,26 bilhões de quilos para 10 bilhões. Eles estão prevendo uma cotação média em 2010 de 48 a 51 centavos de dólar por libra (0,45kg/peso vivo). Sobre rentabilidade: Nós esperamos que em 2010 a contínua capacidade de produção de carne suína seja mais rápida do que o USDA pode calcular. Para 2009, o USDA está projetando 10,31 bilhões de quilos.
• A China também está sendo atingida com cotações menores do suíno. Há um ano, o suíno chinês custava cerca de US$ 1,20 por libra/peso vivo. Atualmente, custa US$ 0,63. O milho está custando cerca de US$ 6,75 por bushel. Os produtores chineses estão perdendo de US$ 14 a US$ 29 por animal. Porém, eles possuem muitos animais. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China estima um plantel com 50 milhões de matrizes e 454 milhões de cabeças. O abastecimento atual e os cenários de preço na China parecem não dar muitas oportunidades em curto prazo para as exportações suinícolas norte-americanas.
• O peso dos animais é 2,3 kg a mais que no ano anterior. Estão aí incluídos os animais que não foram abatidos no final da terminação, mas acreditamos que o clima frio tem sido excelente para o crescimento. Na realidade, é uma combinação de ambos os fatores e não só dos animais que permaneceram no rebanho.
• Relatórios dizem que o agricultor em Iowa tem 9% de dívidas em média. Se ele possui suínos, isto lhe permite uma grande força para se manter na atividade.  Muitos agricultores têm capital para permanecerem por um longo tempo com a criação de suínos. Eles poderão ser os últimos homens em pé quando o mercado se recuperar.

Resumo
Nós estamos presos numa ilha rodeada por águas infestadas de tubarão. Não há uma saída estratégica. Ou você está vivo nos negócios ou está fora. São poucos compradores, isso se houver algum disponível. Você segue até quebrar. Bilhões que foram investidos na construção industrial têm pouco valor hoje. A depreciação é um contador real do jogo de valor no mercado. O mercado imobiliário para construções suinícolas é horrível. Banqueiros não querem saber o seu valor atual. Banqueiros estão tão assustados como todos. Eles acham que temos fluxo de caixa para não obrigá-los a tomar decisões duras. Nós vimos que na World Pork Expo alguns deles cautelosos. É um momento difícil. Nós vamos nos recuperar. Temos uma indústria sólida e produtos. A carne suína é a mais consumida em todo o mundo. O H1N1 irá passar. Trata-se de uma gripe leve. Os sobreviventes serão mais fortes e mais sensatos, como em quase toda indústria. Nossa intenção é ficar aqui. Assim como você, não temos saída em nossas soluções genéticas.

Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics  
Tradução: Redação Suinocultura Industrial