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Comentário Suíno

Comentário Suíno: Há luz no fim do túnel

<p>Menor plantel e "sumiço" do tema H1N1 dos meios de comunicação devem ajudar na recuperação do preço do suíno na América do Norte. Situação para o suinocultor deve melhorar no início de 2010, prevê Jim Long. Leia a coluna desta semana.</p>

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o relatório da produção suinícola do país na última sexta (25/09). Desde o dia 1º de junho que o USDA indica decréscimo no número do plantel, atingindo um total de 93 mil (prevíamos 100 mil). Este número corresponde a uma média semanal de sete mil. Desde o dia 1º de setembro de 2007, ou desde que as perdas financeiras começaram há 2 anos, o plantel reprodutor já diminuiu em 334 mil animais. Alguns especialistas têm dito, “há pouco descarte”, mas acreditamos que isto não é verdade. Nós acreditamos que os descartes suínos estão continuando nos EUA e pelo menos 70 mil matrizes vão deixar de produzir até o dia 1º de dezembro.

O clima ameno deste verão parece ter ajudado no número da leitegada. Média de 9,7 animais entre junho-agosto. No ano passado, o índice foi de 9,51. O aumento da produtividade é ajudado pelo custo de produção mais baixo, mas, ao mesmo tempo, colocam mais suínos no mercado. Os aumentos de produtividade são interessantes, mas com um aproveitamento de 50% das matrizes no trimestre, que trabalham com duas ninhadas por ano.
Matematicamente falando: duas ninhadas x 9,7 suínos por ninhada = 19,4. Isso não é exatamente 25, é? Ainda há muito espaço para melhorias. O inventário do mercado americano cai ano a ano, ligeiramente inferior a 1,4 milhões de suínos.

A contínua queda do rebanho reprodutor e o menor número de leitões pequenos vindos do Canadá estão fazendo efeito. O declínio no último trimestre, de 1,4 milhões de animais, é o maior desde 2003. Estamos esperando o relatório do inventário suinícola canadense, que mostra uma combinação com os dados americanos. O inventário de mercado EUA – Canadá atingirá os 2,3 milhões animais que menos que projetamos semanas atrás. O maior declínio no inventário de mercado está abaixo da categoria “60 libras” – queda de quase 800 mil animais – isto deve dar apoio aos preços de janeiro.

O plantel Canadá-EUA atingiu seu pico há dois anos, antes das perdas financeiras impactarem em 7.752 milhões de matrizes. Nós projetamos que a combinação do plantel Canadá-EUA será de, aproximadamente, 7.220 milhões de animais. Se acertarmos, teremos uma queda de 530 mil matrizes nos últimos dois anos. Não é muito se você disser isso rápido, mas certamente é um triste testemunho da incapacidade da nossa indústria para manter a demanda de carne suína lidando com o aumento dos preços da ração. Cada matriz foi-se com uma história. Sonhos perdidos e dinheiro perdido.

Resumo

O relatório do USDA confirma o descarte suinícola. Esperamos que o rebanho de cria continuarão sendo descartados, na medida em que os produtores fiquem sem capital e/ou coragem. O Inventário de Mercado está menor, mas o aumento da produtividade por causa da ajuda dos custos de produção continua a impactar no aumento da oferta de carne suína. Isto mantém as cotações baixas.

Provavelmente, o maior obstáculo que temos para obter preços mais fortes é o H1N1 (infelizmente referido como gripe suína). O medo da morte causada por esta gripe continua a ser destaque pela mídia e pelas autoridades de saúde. Esperamos que no final, este fato será um apito em um vendaval (apesar dos bilhões que custaram à nossa indústria). Temos de passar os próximos 90 dias, sem pandemia e sem sacos de corpos sendo utilizados. A mídia está obcecada pelo impacto da gripe durante o outono-inverno. Precisamos ensinar a esses idiotas de aldeia alguma geografia – o hemisfério sul já enfrentou o inverno e o H1N1. Sem pandemia e sem vacina. Muito sobre nada! A crise H1N1 é fabricada pela mídia e pela indústria farmacêutica.

Esperamos ver a valorização do preço suíno logo que o H1N1 não seja mais um fator influenciador e o termo da gripe suína e os mortos caírem fora dos meios de comunicação de massa. Desta forma, a demanda doméstica e global vai subir. Houve descarte e ainda há descarte. O menor número de suínos e uma recuperação da extraordinária atmosfera negativa que a carne suína tem sido colocada deve ajudar a empurrar os preços, rumo à rentabilidade. Quando isto vai acontecer é a pergunta de 1 bilhão de dólares. Esperamos que seja no início de 2010.

México

Na semana passada estivemos no “Mexican National Pork Congress” e inauguramos uma multiplicadora Genesus para 2400 matrizes na região central do México. Nossas observações:

– Muitas pessoas leem nosso comentário no México, traduzido para o espanhol pela Porcinocultura.com.

– Muitos produtores disseram que estávamos errados há algumas semanas atrás, quando escrevemos que as cotações suinícolas no país estavam em 19,5 pesos/kg (US$ 0,65/libra) eram lucrativas. Muitos nos disseram os altos preços da ração, mais de US$ 300 a tonelada, estavam colocando seu custo de produção acima dos 65 centavos – estamos corrigido.

– Dois anos atrás estimamos que o plantel de matrizes no México era de 1 milhões de animais (não há estatísticas oficiais). Hoje nós acreditamos que este número esteja entre 600-700 mil matrizes. Queda de 300-400 mil ao longo de dois anos. O alto preço da ração (US$300/t), cotações suínas abaixo do custo de produção e o impacto do H1N1 prejudicaram a indústria suinícola.

– Fazemos negócio no México por 20 anos. Historicamente o preço suíno no México Central era cerca de 10-12 centavos de dólar/libra maior que no mercado americano. Hoje registramos a maior diferença da história, 25 – 30 centavos de dólar/libra. Um reflexo da enorme queda do número de suínos vivos disponíveis no México. A diferença de preço é reflexo do medo “H1N1” nos consumidores mexicanos. Assim que a confiança for retomada, os preços deverão mais elevados.

Dados do Pig Champ para o México indicam 18,3 leitões desmamados por matriz. Adaptação e utilização de tecnologia, incluindo melhoramento genético, deveriam percorrer um longo caminho para reduzir os custos de produção. Em uma crise financeira há momentos de bacias hidrográficas em que as pessoas se ajustam e fazem movimentos para agora e para o futuro. Algumas coisas que eram suficientemente boas antes, não são mais. É a genética darwiana. No México ou no Canadá ou nos EUA – adaptar ou morrer, brutalmente, mas infelizmente, é verdade.

México registrou queda de 300-400 mil no número de matrizes; Canadá-EUA caíram 500 mil nos últimos dois anos. Esperamos que no dia 1º de dezembro, 1 milhão de matrizes terão sido descartadas nos três países. A população dos três países é de 430 milhões de pessoas e crescendo mais de 1% ao ano. É um mercado continental; menor oferta de carne suína no México levará ao aumento das importações.

Menos suínos e um aumento da demanda por parte dos consumidores domésticos e internacionais vão puxar os preços, logo que o H1N1 morrer. Há ainda um ciclo suíno. Em algum momento, sabemos que os sobreviventes serão recompensados. O desafio é viver para o dia em que o dinheiro vai mais entrar do que sair.

Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics  
Tradução: Rafael Stuchi/Gessulli Agribusiness