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Comentário Suíno

Comentário Suíno: Inventário dos EUA e Canadá

<p>Produção suinícola dos países está em queda. Plantel também caiu. Para Jim Long, abertura do mercado chinês para carne suína norte-americana deve dar suporte para melhores preços.</p>

Na semana passada, o último relatório trimestral sobre o inventário suíno dos Estados Unidos e Canadá foi liberado.

Inventário suíno EUA-Canadá com base em 1000 cabeças:

2007 2008 2009
Criado para reprodução

7,752

7,478

7,227

Mercado

73,883

73,463

71,219

Parimento das Matrizes

3,927

3,848

3,698

Plantel Suíno

36,681

36,819

36,028

Nossas observações:

– O inventário do plantel suíno dos Estados Unidos e do Canadá era de 7,752 animais, de acordo com relatório de setembro de 2007. Desde então, nossa indústria tem registrado perdas contínuas. As estimativas de perdas financeiras podem atingir até US$ 7 bilhões. Mas isto não é realmente uma surpresa. O inventário combinado entre os dois países caiu em 252 mil animais. No último trimestre, desde o relatório de junho, a queda do rebanho foi de 115 mil suínos. A parte triste é que tais resultados não são apenas números, mas sim uma história de pessoas que não têm capital e/ou coragem para continuar resistindo à crise do setor suinícola. Não dá para se orgulhar do fracasso da demanda suína. Tantas pessoas boas deixaram a suinocultura. Muitos sonhos, muitos produtores e futuros suinocultores ficaram frustrados pelas perdas financeiras esmagadoras.

– O inventário do plantel suíno dos Estados Unidos e do Canadá caiu 2,224 milhões de cabeça na comparação com o ano passado (nós previmos 2,3 milhões). O inventário combinado caiu 2,664 na comparação com 2007. Se assumirmos 27 semanas para obter um suíno desde o nascimento até o mercado (189 dias). Se dividirmos os 2,224 milhões de cabeça perdidas por 27 semanas, teremos uma média semanal de comercialização de carne suína combinada entre os dois países de 82.000 cabeças a menos, ano após ano, nos próximos seis meses. (Nota: nos EUA, a comercialização da semana passada foi 85.000 a menos do que a mesma semana de um ano atrás). Atenção: uma semana de aproximadamente 82.000 animais a menos é importante, pois dará suporte ao preço.

– Se tomarmos a combinação das culturas de suínos no último trimestre e multiplicar por quatro quartos e dividir pelo inventário do plantel teremos uma linha de tendência de produção.

Fizemos isso durante os três anos.

2007 18.92
2008 19.69
2009 19.94

Estes números não são absolutos ou totalmente exatos, mas certamente mostram que há ganhos de produtividade importantes em curso. Isso ajuda no custo de produção, mas certamente indica mais carne suína no mercado. Vacinas de circovirose e rápidos ganhos na utilização da genética prolífica são os maiores contribuintes deste aumento.

– Nós acreditamos que o inventário combinado EUA-Canadá é muito importante. Um mercado continental com acordo no comércio de suínos vivos e carne suína faz da produção total um expoente significativo para direcionar os preços. Esta é a realidade da interdependência de mercado.

Notícias de mercado

– A China anunciou na semana passada que vai voltar a importar produtos suínos dos EUA. Durante meses, tais importações haviam sido paradas após o surto de H1N1 nos EUA. Nós não esperamos que isto, por si só, irá ser a chave para mercados maiores, mas deve ajudar. Os preços pagos pelos chineses são de aproximadamente US$ 0,74 o quilo vivo. Preços que obviamente nós amamos. Há relatos da China de que a PRRS está atingindo novamente sua produção, de forma bastante expansiva. Preços em US$ 0,74 – Você sabe que é um reflexo do abastecimento e demanda. Com o nosso preço suíno em torno de US$ 0,50 por libra, existirão empresários interessados em descobrir como vender suínos para um mercado de US$ 95 por libra (US$ 0,74 o quilo vivo). Aceitação da China pela carne suína dos EUA se dá pelo preço favorável. Mas as importações provavelmente não vão trazer o aumento dos preços que nós vimos a quinze meses de grandes vendas para a China.

– Na Rússia, a Peste Suína Africana foi região do Cáucaso do Sul para a região norte do país, um salto de mais de 1000 quilômetros. Isto poderia levar a erradicação em larga escala do rebanho. Ela não está acontecendo ainda, mas é algo que precisamos assistir – de perto!

– Os preços do México do suíno abatido estão enfraquecidos, cotados abaixo dos 19 pesos, para uma média de 16,5 na Cidade do México – o que corresponde a aproximadamente US$ 56 centavos o quilo vivo. O valor de US$ 40,00 por cabeça mais a diferença do preço suíno do México e EUA são reflexos da queda do plantel mexicano (de um milhão para cerca de 650.000 animais nos últimos dois anos). O diferencial de preço entre o México e os Estados Unidos vão contribuir no aumento das importações de carne suína americana feitas pelo México.

– O valor da carne suína nos EUA está menor em US$ 0,06 na comparação com o ano passado. É a queda! Em alguns pontos registramos valores 20 centavos mais baixos em um ano. Talvez a demanda combinada com o fornecimento esteja começando a mudar para um lugar melhor.

– O cálculo do DTN-Agdayta sobre o que você pode pagar por 40 quilos de ração para suínos, agora, está em US$ 44,00. Na primeira quinzena do agosto, o cálculo foi negativo. Nos últimos noventa dias, US$ 44,00 acrescido de aumento. Um reflexo do futuro melhor para os suínos. Em pleno verão não haverá meses em 2010 onde os preços futuros da carne suína vão refletir em alguma coisa que não seja em perdas financeiras relacionadas ao custo atual de produção. As coisas ficarão um pouco melhor entre abril e agosto, nos valores futuros da carne suína (cinco meses), agora com lucro. Infelizmente faltam ainda cinco meses até abril.

– O comércio de matrizes, na última semana, atingiu 66 mil animais. O descarte segue em ritmo lento, mas ainda segue. A média do último trimestre foi de nove mil unidades por semana.

Resumo
O inventário combinado Estados Unidos – Canadá reflete o declínio contínuo da produção continental e da oferta. A abertura da China ao suíno dos EUA dá o preço de suporte. Ao contrário de alguns comentaristas pagos pelo NPPC, não acreditamos que os preços futuros da carne suína estão sobrevalorizados. Acreditamos, assim como o H1N1 interno e mundial torna-se uma memória, a primavera e o verão combinados com uma economia nacional e global saindo de uma recessão, dará espaço para a valorização das cotações suinícolas. Dito isto, cada um tem a sua capacidade de assumir riscos. Ninguém está quebrado para realizar lucros.

Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics
Tradução: Rafael Stuchi/Gessulli Agribusiness