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Comentário Suíno

Comentário suíno: Mercado suinícola ainda sofre

<p>Nosso colunista prevê queda na produção suinícola nos próximos meses. Para ele, os produtores ainda estão pessimistas.</p>

A suinocultura segue em queda. Os produtores continuam a perder dinheiro e fé. O vírus H1N1, alto preço da ração, acesso aos mercados e a crise doméstica e mundial continua a afetar a indústria suína nos Estados Unidos. Veja algumas observações neste “feliz” comentário:

– Na semana passada nós estávamos assistindo a CNN. Kitty Pilgrim (bom nome) estava entrevistando dois virologistas sobre o H1N1. Claro que durante a entrevista, ela chamou a doença de gripe suína, assim como a legenda. Ela fez o seu melhor para que os especialistas falassem das consequências do H1N1. Por outro lado, ambos não disseram que se trata de uma gripe leve. A melhor parte foi quando Kitty perguntou sobre o outono, não saberemos até então, como o H1N1 (ela chama de gripe suína) irá se comportar. Nós tivemos que rir dos dois virologistas falando sobre este outono. “Atualmente é inverno no hemisfério sul. Austrália e América do Sul têm casos de H1N1. Vamos saber se a situação ficará pior no outono após assistirmos o comportamento do vírus no inverno destes países”. Tão distante, tão bom.

– O CME Meat Report explicou muito bem, na semana passada, nossa situação atual de preços. Nós temos quase o mesmo volume de suínos do ano passado, mas registramos queda nas exportações para a Rússia, China e México por causa da gripe A(H1N1). Consequentemente, temos cerca de 7% a mais de carne disponível do que era esperado. 7% é uma quantia expressiva dentro dos negócios das commodities. A falta de elasticidade da oferta e demanda explica a queda de US$ 0,20 observados na comparação com a expectativa anterior de preço.

– O preço do suíno é quase o mesmo do ano passado. Os cortes suínos caíram cerca de US$ 0,20, por libra em relação ao mesmo período do ano passado. Varejistas, para todos os efeitos, não se importam com os produtores, olham apenas o seu lado. Assim como uma pessoa nos disse, os encontros com os varejistas são bons, eles ouvem nossas reclamações, acenam com a cabeça, sorriem e voltam para aumentar preços em suas lojas. Se existe algo positivo disto é que, apesar dos preços mantidos pelo varejo, a carne suína está se movimentando relativamente bem, considerando o aumento do estoque do produto. Portanto, apesar do pessimismo que sentimos em nossa indústria, é bom notar que os consumidores americanos continuam a pagar preços fortes por nossos produtos. Nós estamos produzindo algo que os consumidores querem. Isso é positivo em longo prazo.

– O plantel suíno, desde o Canadá até os Estados Unidos, continua caindo pela quinta semana consecutiva, abaixo de 100 mil pela primeira vez. O descarte continua no Canadá, onde haverá menos porquinhos no futuro.

– A Smithfield Foods é, de longe, a maior produtora de suínos do mundo. Eles não chegariam a tanto sem o conhecimento nos negócios. Na semana passada, a empresa divulgou seus resultados financeiros. A produção suína (embalados e processados) atingiu US$ 395 milhões no ano. Já a produção de leitões no ano fiscal registrou prejuízo de US$ 521 milhões para a Smithfield. A empresa deu ou tomou um milhão de matrizes. Cerca de 1/6 da produção dos EUA. Se a Smithfield é um barômetro de nossa indústria, a perda de US$ 521 milhões vezes seis daria um déficit total de US$ 3 bilhões na indústria suinícola dos EUA. Não é muito se você dizer isto rapidamente. Pura matemática sobre seis milhões de matrizes, US$ 3 bilhões de perdas = US$ 500 de prejuízo por matriz ou cerca de US$ 25-30 por suíno. Na linha do que imaginei que aconteceria.


– Um dos fatores na direção de nossa indústria tem sido o capital de terra baseado no número crescente de produtores de grãos. Muito podem possuir suínos se quiserem. Fator de destaque: Os ativos totais das granjas canadenses é de US$ 317,7 bilhões – o total dos passivos é de US$ 53,2 bilhões = Total canadense de capital em granjas: US$ 264,5 bilhões. Relacionando a qualquer indústria agrícola, o capital próprio é enorme. Muitos produtores podem ter suínos em qualquer virada de mercado negativa.

– Os preços da carne suína na Europa estão firmes. A Alemanha registra 1.456 euros por quilo, a Espanha 1.560 euros. Os estoques europeus estão caindo, uma consequência de 1,5 milhão de matrizes deixando a produção básica europeia.


Ataque ao mensageiro

– Na semana passada nós recebemos muitos e-mails hostis de trabalhadores remunerados e organizações suinícolas. Eles estavam indignados por nossos comentários sobre a resposta ineficaz ao H1N1 e sua imagem na mídia como gripe suína. Nós rimos. Eles não têm nada melhor pra fazer do que nos responder? Se eles forem agressivos, indo além dos “fantoches da carne”, que falam na televisão e que continuam a se referir à gripe como suína, o caso seria fechado. Claro que todos os e-mails negativos que recebemos foram das entidades suinícolas, que não possuem seu próprio rebanho. Ninguém que produz suínos saíra em defesa destas entidades. Olhem para o espelho caubóis – as partes interessadas não pularam para defender sua honra! Caso encerrado. Vocês têm sido inúteis em sua grande maioria. Atacar o mensageiro é um sinal de fracasso organizacional.

– Nos parece que o descarte do rebanho está aumentando. Smithfield pretende embarcar próximo de 27 mil fêmeas de sua operação Dalhart nos Texas. O abate de suínos está aumentando mundialmente, enquanto existem muitos relatos de animais que não foram abatidos no final da terminação. Temos ouvido fatos não confirmados de que a Big Sky Farms, maior granja suína estatal do mundo, está enviando mais matrizes para o mercado. O programa do suinocultor dos EUA que deveria pagar US$ 20 por matriz, falhou. Poucos tinham esta quantia para contribuir. Esperamos mais descartes nos próximos meses. Acreditamos que foram descartados cerca de 70 mil reprodutores desde o dia 1º de maio, de acordo com o que Hogs and Pigs Report publicou.


– Muitas granjas para matrizes estão no meio-oeste. Com o menor número de matrizes canadenses e americanas, os locais estão ficando vazios. Um proprietário de uma empresa suinícola nos disse, na semana passada, que nunca teve suas granjas tão vazias. O preço do espaço caiu de US$ 25,00 por cabeça para US$ 4,00 dentro e US$ 4,00 fora. As empresas de ração que mantêm integralmente os contratos estão sugando o ar para pagar por um espaço vazio que não vende alimentos. Tudo isso não é muito bonito. O principal ponto de preocupação é que os locais vazios indicam menos animais. Isto não pode ser em breve. Estamos em um mundo de dor.

Resumo

– O cenário está sendo criado: Menor plantel no futuro. Há cada vez menos matrizes a cada dia. Nenhuma granja para matrizes está sendo construída. A demanda pela carne suína é boa, nós precisamos de mercados para exportação para subir e melhorar. Nós sabemos que nossa rentabilidade vai voltar. Preços suínos estão 5% abaixo dos índices históricos. Meu avô me disse “quando todo mundo está vendendo, é hora de comprar!”

Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics  
Tradução: Redação Suinocultura Industrial