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Comentário Suíno

Comentário Suíno: Resultados do mês de junho

<p>O mercado norte-americano registra queda de produção e demanda, ainda sob efeitos da gripe A(H1N1) e da crise internacional.</p>

Relatórios da produção de suínos e carne suína em junho

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os relatórios da produção de suínos e carne suína em junho não tiveram surpresas. Os Estados Unidos registraram queda no número de matrizes e de suínos, mas isto é suficientemente bom para um salto no mercado? Há um ano e meio, o rebanho reprodutivo dos Estados Unidos diminuiu de 6,233 milhões para 5,967 milhões, ou seja, uma queda de 266 mil. No Canadá, a redução foi de, pelo menos, 90 mil, de acordo com estatísticas do país. No total, comparado há um ano e meio, a queda foi de 350 mil. É muito, porém algumas pessoas afirmar que é preciso abater mais 300 mil. Se isto for correto, a dor para chegar lá será brutal.

No mês de junho, o mercado de suínos caiu 2% comparado com o ano passado, com abate de 1,1 milhão de animais. Se a situação estivesse normal, o resultado seria positivo. No terceiro trimestre do ano passado, sem suínos disponíveis, a média de preços teve US$ 0,57 de diferença por libra. O H1N1, os desafios das exportações e mercado interno, e o mercado global de commodities tiveram, obviamente, um grande efeito nas perdas da demanda.

Outras observações
– Foram comercializadas 2,032 milhões de suínos na semana passada, queda de 5% comparado ao mesmo período de 2008. Ao analisarmos a média de peso dos animais abatidos nesta semana, verificamos perda de aproximadamente 1kg, na comparação com a semana anterior. A primeira estação quente do ano começa a surtir efeito. Nós acreditamos que o abate dos animais, apesar do baixo peso, foi antecipado nas últimas semanas por causa das condições meteorológicas. Estava mais frio. O tempo quente reduzirá o peso. Há um ano, o mercado suíno subiu US$ 0,15 por libra, do início de julho à primeira parte de agosto. Poucos esperam o mesmo salto para este ano. O mercado se move quando a maioria é pessimista.

– Semana passada nós estivemos no Ontario Pork Congress, dentro da feira anual Ontario Trade Show. Ontario, cidade canadense, tem aproximadamente 370 mil matrizes. Somente um casal de produtores detém mais de 10 mil matrizes. Muitas granjas são tocadas por famílias, as quais produzem os grãos para a alimentação de seus animais. O “humor” local estava como vocês esperavam, virtualmente sem otimismo. Há descartes em Ontario. Nós entendemos que alguns bancos estão pressionando os produtores para manter o pagamento de seus empréstimos. Muitas granjas estão à venda, mas o valor delas é discutível. Se o mercado se movimenta, seja para cima ou para baixo, quando o sentimento é extremamento o contrário; o negativo é maximizado. Nós “batemos” na lei de mercado.

A rádio Canadian Broadcasting Corporation vai destruir a indústria suína?

A rádio estatal Canadian Broadcasting Corporation (CBC) continua a usar o termo “gripe suína” ao invés do nome oficial H1N1. Leia a carta abaixo. Nós achamos que ela é uma reflexão geral da insensibilidade praticada por diversas empresas de mídia com a indústria suína. A carta, dada para nós, é uma resposta para o suinocultor Dave Riachwho. Talvez nossas entidades suinícolas acreditem que este tipo de lógica distorcida é aceitável. Quando nós salientamos que nossas entidades não se esforçaram em fazer algo sobre o tratamento dado pela Mídia à doença, eles nos atacaram. Leia o artigo, se você quiser mandar sua opinião para o CBC (e-mail: [email protected] / [email protected]). Diga a eles sua opinião, lute pela indústria suinícola.

Uma atitude condescendente de que a mudança do nome da doença seria confusa é típica da arrogância da mídia. Veja quais são as empresas de mídia americanas, listadas pelo grupo CBC, utilizadas para justificar a sua ignorância.

Prezado Sr. Riach,
Obrigado por seu e-mail enviado no dia 03/06, ao Ombudsman da CBC. Como sou o executivo da rádio, talvez eu possa lhe responder. 
Você escreveu para chamar nossa atenção por causa de uma notícia que ouviu na manhã do mesmo dia na rádio CBC em Londres. Você escreveu que a notícia referiu-se à gripe como “suína”, quando na verdade é “H1N1”. Você acrescentou que o uso do termo “gripe suína” está causando “Dificuldades indevidas” na indústria suinícola canadense e sugeriu que, se continuássemos a usar o termo, estamos sendo irresponsáveis e manipuladores de opinião.
Embora eu sinceramente lamente que você esteja decepcionado com a CBC, eu devo lhe dizer, e com todo respeito, que eu não concordo que as notícias da CBC são irresponsáveis ou manipuladoras.
Nós vamos continuar a usar o termo “gripe suína” por duas razões: clareza e precisão. Deixe-me explicar. Há um pouco mais de um mês, a Organização Mundial da Saúde anunciou, em Geneva, que iria parar de utilizar o termo “gripe suína”, e, no lugar, ia se referir à doença como “influenza A(H1N1)”. Foi dito que a mudança veio depois que os suinocultores e a agência de alimentação das Nações Unidas reclamaram que o uso do termo estava enganando os consumidores, além de fazer com os países abatessem desnecessariamente seu rebanho suíno.
Nossos principais jornalistas discutiram o assunto com calma, mas após semanas de notas quase diárias sobre a gripe suína, nós percebemos que a mudança do nome naquele momento poderia ser confusa.
Particularmente, nestes dias difíceis e ansiosos, nossa meta de responsabilidade com os canadenses é ser tão claro quanto possível em todas as nossas informações. Além da provável confusão, a influenza A(H1N1) já existe. Ela é o vírus que causou a epidemia de gripe espanhola em 1918 e, uma versão mais “suave”, ainda circula nos dias atuais. Um especialista disse que sem o uso do mesmo nome, profissionais e pesquisadores seriam deixados sem uma forma de distinguir entre a variedade de um subtipo do vírus da gripe e outro que pode desencadear a próxima pandemia.
É também nossa responsabilidade sermos precisos. Especialistas ao redor do mundo dizem que a doença é chamada de gripe suína porque seis dos oito segmentos genéticos do vírus são puramente da gripe suína (os outros dois são da gripe aviária e da gripe humana, mas que habitaram os suínos pela última década). Cientificamente, eles dizem que, chamando o vírus de gripe suína, a forma é precisa e mantém uma nomenclatura aceitável de influenza.
Por estas razões, outros veículos como The New York Times, The Washington Post, The Associated Press, The Times, the BBC e outras rádios canadenses continuarão a usar o termo “gripe suína”. Vamos também continuar a avaliar essa decisão no decorrer dos próximos episódios.
Você pode ver nossa decisão, mais detalhada, clicando aqui
 Eu devo enfatizar, no entanto, que nós entendemos completamente que é também nossa obrigação continuar a dizer em nossas notícias que comer carne suína, em qualquer forma, não conduz a uma infecção gripal. Embora eu pense que os canadenses estão, agora, amplamente conscientes disto, durante o mês de Abril e início de maio a CBC News incluiu repetitivamente esta informação nas últimas notícias.
Obrigado novamente por seu e-mail. Eu gostei de ouvir seus comentários. Eu imagino que minha resposta não mude suas idéias, mas, no mínimo, eu espero ter sido claro explicando que este é um assunto que abre discussões e é levado a sério.

Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics  
Tradução: Redação Suinocultura Industrial