Redação (19/03/2009)- Na semana passada estivemos em Washington, capital dos Estados Unidos.
Observações
* O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) tem mais empregados que qualquer outro departamento do governo. Ao que parece, a maioria deles trabalha em Washington.
* Nos perguntamos se os funcionários do USDA logo vão ultrapassar os agricultores em número, na medida em que esta “indústria” se consolida cada dia mais. Ao observar mais detalhadamente o interior do edifício, a pergunta que vem a mente é: será que algum destes burocratas já trabalhou em uma fazenda? Já ordenhou uma vaca? Inseminou uma porca ou dirigiu um trator sem ser daqueles para puro e simples corte de grama? Há uma imensa distância entre o triângulo governamental no centro da capital Washington e as fazendas e galpões que alimentam os americanos. À medida que o tempo passa, o mundo dos que fazem as políticas agropecuárias e os departamentos governamentais que as implementam se afasta da realidade dos campos. Isto é talvez ocasionado devido a ideia, herdada da administração passada, de queimar alimentos para produzir etanol, o que continua sendo parte integrante das políticas que, ao que parece, são apoiadas pelo USDA e pelo novo secretário de Agricultura.
* Este tipo de discurso não é exatamente o que os produtores de proteína animal queriam ouvir. É frustrante. Um apoio legislativo e financeiro para nossos competidores no consumo de grãos. Este tipo de política é a maior ameaça a competitividade americana na produção avícola e de outros animais de produção, como suínos.
* No sábado passado as instalações do USDA, como a maioria dos outros edifícios governamentais, pareciam castelos-fantasmas. O único prédio oficial que parecia ter muita atividade era o “Printing and Engraving”, onde o dinheiro americano é impresso. Se alguma vez houve pressa por uma atividade de 24 horas é por esta, imprimir dólares americanos. Se eles imprimirem o suficiente, talvez nossa previsão de 90 centavos a libra do suíno seja mais do que um sonho.
* O anúncio feito pelo presidente Obama apoiando a pesquisa no campo de células tronco vai dar um impulso muito grande à produção de alimentos fundamentados na ciência. Iniciativas e muito dinheiro serão disponibilizados para funcionar as pesquisas genéticas, o que irá acelerar não somente a evolução de plantas, mas também no campo pecuário. O “Geneticamente Modificado” terá uma luz mais verde ainda. As empresas de genética e de alimentos da União Europeia sofrerão um atraso imenso em seu desenvolvimento em termos de produtividade e custos de produção caso se neguem a aceitar as novas tecnologias. Em nossa opinião, esta é a principal razão pela qual algumas destas empresas já tenham empreendido uma corrida para instalar na América do Norte seus centros de pesquisa. Eles querem ser parte do avanço e solução ambiental que a América do Norte promove e, ao mesmo tempo, aumentar a potencial genético na produção de alimentos; de outra maneira se criará uma enorme brecha.
* Washington não parece estar sofrendo uma recessão – não há quase avisos de venda de casas ou de confisco hipotecário – muitos prédios novos podem ser vistos na cidade, os restaurantes estão sempre cheios e tudo parece como nas melhores épocas. Talvez os pacotes de ajuda financeira tenham ajudado mais uns que outros… Ah, uma última coisa. Cremos que não teríamos muito futuro fazendo lobby aqui.
Mercados
O mercado Iowa-Minnesota fechou a sexta-feira passada em US$ 56.90, caindo US$ 5 em relação a semana anterior. Foram destinados ao mercado 2,156 milhões de suínos, uma queda também de 5% em relação a mesma semana do ano passado. Não esperávamos tão cedo uma queda a este número. Na verdade acreditávamos que isto iria ocorrer só em meados de abril, mas é o que necessitamos, quanto mais cedo melhor. Estimamos que próximo ao mês de maio o volume de abate suíno estará rondando os 1,9 milhão de cabeças.
Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics
Tradução: Fernando Ortiz Gerente de vendas Genesus em Ibero-América / Joice Miotto Gaiotto