Efetivamente estamos vivendo novos momentos, novos comportamentos, por isso nossas atitudes também precisam ser diferenciadas. Parece-nos que os ventos começam afetivamente a soprar ao nosso favor; é lógico e não menos comemorativo a importância da abertura oficial do mercado Japonês ou a efetivação das negociações, ação esta esperada a mais de trinta anos, mas refiro-me a aprovação de SC pelo MAPA em sua efetiva participação ou adesão ao SUASA.
Sonhado por muitos e desacreditado por outros o SUASA passa ser um mecanismo fundamental onde as grandes agroindústrias têm seu foco cada vez mais no mercado Internacional, as pequenas e médias, profissionalizadas passam a atender o mercado Nacional. Até aí me parece um tanto lógico, mas como vender não nosso produto mas nossas pequenas marcas neste mercado exigente e desconfiado e que tem La suas razões, afinal, não raramente percebemos notícias e imagens de abates clandestinos. Como valorizar, identificar um bom produto elaborado com responsabilidade e que carrega consigo a história, a cultura e a vocação de um povo?
Há muito venho defendendo e trabalhando mecanismos que, identifique e consolidem as pequenas marcas no cenário suinicola, o projeto de Identificação Geográfica da Carne Suina tem se mostrado como uma grande ferramenta que consolida a cultura e a vocação dos descendentes de Alemães e Italianos em produzir e industrializar suínos levando consigo características regionais e artesanais. Está em plena discução entre as lideranças e instituições regionais qual será o futuro desta região que teve sua sustentação inicial da exploração da madeira, entramos no ciclo Agroindustrial com o surgimento das pequenas mas hoje grandes agroindústrias e que hoje nos parece estar fechando este ciclo com o desaparecimento de muitas famílias do campo. Como descendente de família que colonizou e deu a região não somente uma Agroindústria, mas uma história o filho de Concórdia e ex Ministro Luiz Fernando Furlan em palestra feita a poucos dias reafirmou e validou nosso projeto; a região precisa vender junto a seu produto, sua cultura, sua vocação o seu “saber fazer”que é o que desencadeou o crescimento econômico da região e do estado, isso não pode ser perdido.
Acredito em um novo momento, uma nova realidade ou a recuperação de algo que aos poucos esta sendo perdido; a valorização das pequenas marcas com apelo regional, artesanal e colonial; a oportunidade de vender em todo o território Nacional, e o mecanismo do SELO, que trabalhará coletivamente qualidade e segurança alimentar aliado ao coletivo ou associativo, meio fundamental para a continuidade e o crescimento deste pequeno, mas importante modelo familiar de produção agroindustrial.
Wolmir de Souza, presidente do Instituto Nacional da Carne Suína