É notória e de reconhecimento nacional e até internacional a identidade da região oeste de Santa Catarina como grande polo da suinocultura. O nascimento e a permanência de grandes, pequenas e médias agroindústrias é a prova evidente do potencial da região e, principalmente, da dedicação e do conhecimento técnico e estrutural. Além de uma identidade, é uma verdadeira paixão do homem pelo animal. A história da região, dos grandes líderes políticos, empresariais e profissionais – seja da área técnica ou qualquer outra graduação – tem sua raiz alicerçada na suinocultura. Esta é a atividade de onde vem todo o desenvolvimento econômico e social da região e do Estado.
No entanto, quando na gôndola do supermercado, esses valores se perdem. Em nada se diferenciam o nosso produto. O trabalho do Instituto Nacional da Carne Suína, em parceria com a Embrapa Suínos e Aves, busca através da Associação dos Produtores de Carne e Derivados de Suíno do Meio Oeste Catarinense (Aprosui) identificar, valorizar e fortalecer o setor e a região através do reconhecimento do projeto de Identificação Geográfica da Carne Suína pelo INPI.
Sabemos que o sistema de produção, bem como a genética e a alimentação dos animais, se assemelha com outras regiões do estado e do País. Porém, o resgate e a manutenção do modelo da propriedade familiar, com produção em ciclo completo e os produtos oriundos da pequena indústria, feitos de forma artesanal, com diferencial e características coloniais, diferenciam esta região e este produto. Tão importante quanto divulgar e comercializar os produtos suínos oriundos do Meio Oeste Catarinense, é levar e vender consigo a cultura, a tradição desta terra e desta gente que cultiva no sangue o produto que fez desta região um destaque econômico. A região produziu história e formou mártires na evolução tecnológica e na visão empresarial, como o fundador da Sadia, Attilio Fontana; da Seara Alimentos, Artêmio Paludo; da Aurora, Aury Bodanese; e da Perdigão, Saul Brandalise. Será de grande valia para a região a valorização deste segmento e mostrar ao consumidor muito mais que um excelente produto, a cultura de um povo e a identidade desta terra.
Não tenho dúvidas que se vendermos junto à carne suína a cultura, vocação e tradição deste povo, aliado ao profissionalismo e a segurança alimentar, teremos produtos que rentabilizarão melhor o setor e trarão além de renda, felicidade e orgulho para este povo que precisa e merece.
Wolmir de Souza
Presidente do Instituto Nacional da Carne Suína