O preço da carcaça suína nos Estados Unidos continuou a tendência positiva na última semana na bolsa de Iowa-Minnesota, atingindo US$ 62,97 na sexta. Um aumento entre US$ 2,50-5,00 por cabeça na semana. Uma tempestade de inverno no Centro-Oeste cortou alguns mercados no meio da semana e, provavelmente, foi um dos principais contribuintes para preços mais elevados. Foram 100.000 animais a menos. Em 2008 havia 2.339 milhões de suínos disponíveis, em 2009, 2,215 milhões.
Outras observações:
O peso do suíno está menor do que há um ano atrás. Na semana passada, de segunda à quinta, o peso médio das carcaças foi menor do que 202 libras. No ano passado, a mesma semana registrava pesos em torno de 204,01 libras. Logo, o menor número de suínos vai “cortar” as toneladas da carne, prejudicando os preços de suporte. No ano passado, na mesma semana, o preço médio nacional da carne suína foi de US$ 55,48/libra. Na quinta-feira passada, foi de US$ 62,19. Depois de meses mais peso e menor preço, o pêndulo reverteu-se.
Os valores da carne suína passaram da média de US$ 40,95 na semana passada para picos de US$ 46,00 nesta semana. A confiança está voltando. Parecem ainda haver compradores com capital e coragem para adquirirem suínos. Cada vez que o mercado fica ruim, ouvimos dizer que quando o mercado se recupera, não haverá compradores em número suficiente para os leitões com desmame precoce. Isto é um mito ou uma lenda rural.
Há compradores e eles estão em licitação. Muita gente quer o “jogo mais fácil” de adquirir suínos terminados. As granjas de matrizes são difíceis de trabalhar e há necessidade de capital especializado. Esperamos ver preços dos leitões precoces acima de US$ 50,00 em janeiro.
Na semana passada, Larry Pope, diretor executivo da Smithfield Foods (maior indústria suína do mundo) espera que a Agência de Proteção Ambiental (EPA, em inglês) abandone qualquer ideia de permitir maiores níveis de etanol nos combustíveis automotivos, em resposta à alta da demanda do setor de biocombustíveis. Smithfield foi “incentivado” pela decisão da EPA em adiar em uma semana a decisão sobre o aumento do limite para as concentrações de etanol de 10% para 15%.
Até mesmo as regras atuais, que desviam milho para as refinarias de biocombustíveis “já afetam diretamente no aumento dos custos de ração para animais e colocando em risco a viabilidade econômica dos suinocultores”. Pope está certo, em nossa opinião. Provavelmente nenhum de nós pode fazer algo para reduzir nossos custos, mas conversar diretamente com o diretor da EPA e o secretário da Agricultura dos EUA para exigir que os subsídios ao etanol e mandatos sejam interrompidos. A insanidade da queima de nossa alimentação é social e moralmente irresponsável, enquanto as vantagens econômicas e ambientais que estão ao lado não existem. Faça uma ligação, escreva uma carta. A nossa experiência diz estas ações podem ser eficazes quando se trata do coração da América.
A Smithfield Foods também anunciou na semana passada os seus resultados financeiros do seu último trimestre. Como maior produtor mundial de suínos, seus resultados são um “barômetro” da nossa indústria. As perdas da produção suína foram de US$ 167,30 milhões (agosto, setembro e outubro). O custo de produção foi de US$ 53/libra. O preço de venda foi de 36,00 dólares, uma perda de 30,00 dólares por cabeça. Este é um retrato da nossa indústria inteira.
A Smithfield tem cerca de um milhão de matrizes. Isto nos diz que a base de produção nos EUA e Canadá perdeu mais de US$ 1 bilhão em agosto, setembro e outubro. É feio! Smithfield, que está encolhendo seu plantel, quer tirar 2,2 milhões de suínos fora do mercado americano até 2011. A empresa acredita ser necessário mais trabalho para trazer de volta os mercados de fornecimento em equilíbrio com a demanda. Uma coisa boa para o otimismo do mercado suíno é o estoque da Smithfield em US$ 16,46, o dobro do preço registrado em Maio . Com esta base da produção de suínos da Smithfield, a confiança na indústria aumentou e é positiva para todos nós.
Exportações de suínos
Em outubro, as exportações de carne suína dos EUA alcançaram o volume de 136.668 toneladas – o maior registrado em um mês deste ano e apenas 3,3% inferior ao mesmo mês do ano passado. As exportações saltaram 24.000 toneladas desde agosto. Em outubro, Japão e México voltaram a liderar o destino das exportações americanas, com cerca de 50% das exportações totais (preço do suíno vivo no México: US$74/libra). Nós esperamos um dólar mais fraco e preços mais fortes do suíno no resto do mundo, com isso, as exportações suínas devem aumentar na medida em que o H1N1 (gripe suína) está sumindo.
Resumo
O fornecimento de suínos está em declínio. O peso do animal está caindo ano a ano. Logo, a tonelagem de carne de porco está caindo. As exportações de carne suína em outubro foram as mais altas do ano. Os preços estão melhorando. Nós precisamos de melhores preços agora. Os prejuízos financeiros foram enormes. Vemos um cenário de preços de equilíbrio em fevereiro. Esperamos nos meses do verão um mercado fortemente otimista. Há uma chance de atingirmos US$ 0,90 centavos pela carcaça suína.
Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics
Tradução: Rafael Stuchi/Gessulli Agribusiness