O Brasil hoje produz carne suína com razoável produtividade, com uma sanidade muito próxima do que se espera e é possível, com granjas altamente tecnificadas, com aceitação razoável ou boa pelo público consumidor, com baixo colesterol, baixo teor de gordura, saudabilidade comprovada, bons teores de proteína, ótimos e necessários teores de Potássio e de Ferro.
Porém o produtor vive de altos e baixos, na dependência de uma abertura de um mercado externo, torcendo para que não haja nenhuma imposição de alguma barreira comercial, então isto quer dizer que:
1- Vendemos para aqueles que necessitam e não fazem muita questão de saber a quantas anda a tal de SANIDADE e portanto pagam pouco.
2- Vendemos para aqueles que estão precisando e que portanto não podem impor grandes barreiras, porém também não pagam muito.
3- Vendemos para quem paga um pouco mais, e dependemos dele, porém impõe uma série de restrições e negociatas, e as vezes nos deixa a ver navios.
4- Não vendemos nada para quem paga muito bem, porque impõe barreiras sanitárias, comerciais, bem estar animal, adequação ambiental da produção e etc.
Porque nós não atingimos estes mercados, se a nossa carne é tão boa ou melhor que a deles?
Porque nós não somos um país livre de FEBRE AFTOSA sem vacinação, porque nós não temos um processo de rastreabilidade e de certificação que garanta todas estas exigências, nós não temos nenhum processo escrito, documentado, demonstrador a qualquer dia e a qualquer hora, das condições em que foram produzidos aqueles animais, como foram abatidos, como foi manipulada sua carne e melhor ainda que nos diga se houver algum problema com este produto, aonde ele chegar, que mostre que ele veio do BRASIL, do Estado “X”, foi produzido pelo Sr. Suinocultor “X”, na Granja Suíno Feliz.
Isto simplificadamente é um processo de RASTREABILIDADE e de CERTIFICAÇÃO.
Porque não fazemos, se é tão simples? Porque é mais cômodo ficar como esta, não se incomodar, este negócio de exportação é para grandes, isto não é para mim.
E o consumidor interno como fica? Ele não exige qualidade, compra o que tiver para vender.
Ledo engano, o consumidor interno que é o nosso maior cliente, quer qualidade sim, exige e paga por ela, mas ele também quer ver o processo confirmado do inicio ao fim, quer ver boa apresentação, cortes adequados e a garantia de que é uma carne saudável.
Vamos pensar um pouco sobre isto? A sim, eu ia esquecendo de dizer, este processo normalmente remunera melhor e até prova em contrário garante mercado, e, será ele que irá dizer quem continuará neste mercado em um futuro bem próximo.
Não perca tempo entre em contato com sua Associação, e comece a ser o suinocultor do futuro.
Por Carlos Francisco Geesdorf, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS)