Anunciada este mês com aval da Organização Mundial de Comércio (OMC), a retaliação comercial brasileira a produtos importados dos Estados Unidos pode ter impacto sobre o setor de suinocultura. O motivo alegado pelo Governo – e referendado pela OMC – é de que a sobretaxação dos produtos americanos seria uma resposta aos subsídios que os EUA conferem ao seu algodão.
A lista de produtos que sofrerão sobretaxa congrega produtos que afetam diversos setores – na produção animal, um dos itens importantes é o soro de leite. O item é largamente usado na suplementação energética de leitões, além de compor sucedâneos lácteos para bezerros. De acordo com a lista divulgada pelo Governo, o soro de leite passará a ser importado com alíquota de 48%, enquanto o valor era de 28%. A conseqüência teria impacto sobre o custo da alimentação animal e na cadeia de produção.
O aumento no preço do produto americano acaba reduzindo a gama de opções. Apesar dos avanços e investimentos recentes, a produção nacional ainda não pode atender a demanda quantitativa, além do produto brasileiro ser menos competitivo que o importado em relação às especificações de funcionalidade e características organolépticas.
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Em um país que deve ser responsável pela exportação de mais de 14% da carne suína consumida no mundo até 2020, uma das preocupações vitais deve ser a sustentabilidade da cadeia de produção. A saída para o mercado pode estar em ações como buscar novos parceiros, diminuir a dependência externa destes insumos através da implementação de plataforma de produção nacional e reduzir a tributação e a oneração de um setor-chave para a evolução da economia brasileira.
Por Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).
