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Comentário Suíno

Se miséria adora companhia, temos muitos amigos

<p>Granjas americanas estão vazias, algo atípico para esta época do ano. Na coluna desta semana, Jim Long critica os baixos preços da carne suína no Comentário Suíno desta semana.</p>

A implosão de nossa indústria continua. Preços continuam sendo um obstáculo, mas há um pouco de otimismo no mercado. Se miséria adora companhia, nós estamos cobertos. Por hora, temos de ouvir que os produtores tentam se manter vivos. Será que já foi pior? Provavelmente, não!

Outras observações 

– Geralmente, nesta época do ano, as baias de terminação estão cheias. Nos velhos tempos, todo espaço de uma granja tinha porcos. Algumas baias estavam duplamente ocupadas. Se existe uma hora que a baia de terminação atingia seu máximo, a hora era agora. Não neste ano. Muitas baías estão vazias. Os contratos de terminação estão caindo para US$ 25,00 por cabeça. Um reflexo real da oferta e demanda.

– Este verão, sem dúvida, está mais frio do que o normal. A maturação de muitas culturas, em várias partes do continente, está atrasada em duas semanas. O mesmo motivo que por que as culturas estão atrasadas é a razão pela qual os suínos estão crescendo mais rapidamente durante as últimas nove semanas (junho-julho). Se os suínos estão atrasados quatro dias, em comparação ao ano passado, qual a taxa de crescimento? Quatro dias é cerca de um milhão de porcos em engorda. Se de alguma maneira nós tivéssemos no mercado um milhão de porcos a menos do que nos últimos meses, o que isto teria feito aos preços e à fisiologia do mercado a não ser puxá-los para cima? Qual é o crescimento de nossas próprias granjas? Ele já esteve melhor no verão?

– Há mais espaço em baias de terminação do que no ano passado. Não há debate, há uma aversão aos porcos mais pesados. Se os suínos estão quatro libras mais leves, seriam cerca de 600 mil espaços vazios. Quantas granjas terminadoras você já viu vazia ou sem estar completamente cheia? Você só vai matá-las uma vez. Em algum destes dias, o caos vai atingir o fim da cadeia. Isto não parece tão imediato para muitas pessoas.

– A Indústria de processamento está lucrando agora. Isto é bom. Há pouco tempo os processadores e produtores estavam perdendo dinheiro. Nós precisamos ter uma indústria de processamento forte para que seus representantes possam nos pagar. A indústria precisa ter caixa para ser agressiva no mercado suinícola nacional e internacional. Os processadores que estão ganhando dinheiro também têm preferência com nosso próprio produto e esperam praticar menos o dumping, que enfraquece todo o setor suinícola. 

México 

– Nós acabamos de retornar do México. O preço do suíno está US$ 0,65 libra/vivo. Por lá os produtores estão ganhando dinheiro.

– Os altos preços da ração nos últimos 15 meses e, em seguida, o colapso suíno, reduziram o rebanho mexicano. Há poucos anos atrás, o rebanho do México era estimado em um milhão de matrizes (não há estatísticas oficiais). Agora, a indústria observa que o inventário mexicano atinge 650 mil animais, uma queda de 35%, ou 350 mil matrizes. Este é, provavelmente, o motivo dos animais no México custarem 19,5 pesos/kg (US$ 0,65 centavos por libra/vivo), apesar de um mercado americano que paga US$ 50,00 por cabeça e uma abertura das fronteiras para as importações de carne suína.

– A diminuição do número de matrizes não atingiu plenamente o mercado local. Como uma indústria, para a maior parte, nós vendemos os suínos de determinado lote 10 meses antes do embarque para exportação (biologia). Assim como o número de matrizes cai, há um defasamento de tempo. O México, assim como o Canadá e os Estados Unidos terão menos suínos no futuro. Às vezes, isto nos mostra porque as pessoas esquecem os 10 meses antes do embarque. As matrizes não vão simplesmente desaparecer, assim como todos os seus descendentes.  

– A gripe A (H1N1) atingiu fortemente o mercado mexicano. Nas primeiras duas ou três semanas após o surto da doença, não houve mercado para os suínos, assim como os consumidores pararam de comprar carne suína. A demanda começou a se recuperar, mas alguns embaladores ainda estão operando com 50% de sua capacidade. Suínos por US$ 0,65 são um reflexo da falta de oferta versus procura. Em nossa opinião, o H1N1 (infelizmente denominado gripe suína) perdeu força e a procura por carne suína no México, e em toda a parte, vai aumentar, enquanto a oferta diminui. Temos 0,65 centavos de dólar no México agora. Mas, existe uma recuperação para os preços internos do México, e mais oportunidades de exportação para a carne suína canadense e americana.

Países andinos

Antes de irmos ao México, nós passamos pela Agroexpo, uma feira em Bogotá, Colombia. Havia visitantes da Colômbia, Venezuela e Equador. 

Os colombianos estão vendendo seus animais por US$ 15-20 por cabeça. Também há um descarte, a gripe A tem sido um fator. O alto preço da ração também impactou a indústria. Pobre demanda suína. Há pouco avanço genético no país. Regulamentações de saúde mantêm o país geneticamente atrasado. A “política isoladora” em genética suína devido a barreiras de saúde mantém os produtores com os custos de produção mais elevados e menos competitivos globalmente.  

Venezuela-  Neste país, os produtores conseguem de US$ 30 a US$ 40 por cabeça. Por causa da gripe A, todos os produtos suínos e animais vivos de outros países foram banidos. No ano passado houve um descarte de matrizes por causa do alto preço da ração e de problemas econômicos gerais. Os produtores que resistiram estão numa situação de lucros, atualmente. O comércio cheio de barreiras parece bizarro quando um governo socialista, baseado em princípios de garantir um alto padrão de vida para a classe trabalhadora, não tentam melhorar a produtividade da indústria de carne e disponibilidade de proteína para o consumo interno. Parece uma contradição para nós. 

Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics  
Tradução: Redação Suinocultura Industrial
 

Comunicado ao leitor
Nas últimas semanas, Jim Long esteve em férias e a publicação do Comentário Suíno foi alterado. A partir da próxima semana, a seção volta ser publicada às quintas-feiras, como de costume.