O USDA divulgou o Relatório de Suínos de 01 de setembro na última sexta-feira (24/09). Ele confirmou o que a maioria das pessoas racionais teria imaginado – Nenhuma expansão! Há menos matrizes, menos suínos para abate, menos parições, e menos produção de suínos. As perdas financeiras implacáveis que os produtores sofreram durante mais de 30 meses não foram repostos com quatro meses de lucros. Somente os economistas agrícolas, que nunca tiveram um porco, mas são especialistas no mercado, previam expansão. Novidade – erraram de novo!
Os economistas que em janeiro passado previam preços no verão (julho/agosto) de 68 centavos por libra de carcaça (subestimando em até US$ 40 por suíno), foram os mesmos que previam expansão. Será que algum deles já conversou com um produtor de verdade sobre a atitude geral dos bancos à suinocultura? Não haverá expansão sem o apoio dos bancos. Certo ou errado, apoio dos bancos quase não existe. Por que haveria apoio se unidades de matrizes atualmente são avaliadas em uma fração do que custam para construir? Os únicos interessados em comprar são aqueles que querem pagar em torno de 20% do custo de construção. Uma unidade de matrizes dá muito trabalho – contratar funcionários, problemas sanitários, tamanho adequado das instalações, etc… Todos estes fatores são relevantes no cenário de expansão zero.
Até que unidades de matrizes, atualmente vazias, começam ser compradas e/ou repovoadas, não haverá expansão. Novas granjas de matrizes? Não até o próximo ano, e somente se os preços dos alimentos permitirem uma margem de lucro. No enquanto, leitões pequenos terão preços altos.
Relatório de Suínos do USDA
01 de setembro de 2010 (1000 cabeças)
Ano | 2009 | 2010 | % de 2009 |
---|---|---|---|
Matrizes para reprodução |
5.875 | 5.770 | 97 |
Suínos em crescimento |
60.842 | 59.221 | 97 |
Produção de suínos |
28.718 | 28.507 | – |
Matrizes paridas |
2.959 | 2.905 | – |
Projeção |
2.915 | 2.881 | – |
A realidade do Relatório de Suínos é que a base de produção que existia em 01 de setembro significa que vai ser biologicamente impossível aumentar a produção antes do final do próximo verão. Jogando junto milho custando US$ 5,00 por bushel, combinado com as atitudes dos bancos, não conseguimos imaginar nenhum cenário que não vai manter o preço do suíno acima de 80 centavos para o próximo ano. Noventa centavos por kg de carcaça no verão do ano que vem é uma forte possibilidade.
O que vemos globalmente é um custo alto de ração, crédito apertado, e nenhuma expansão do plantel de matrizes. No próximo ano, vemos oferta limitada de carne suína com a continuação da demanda mundial por proteína da carne. Todos são fatores que indicam a continuidade de preços bons.
Fui criticado no passado por ser “Jim Long Otimista”, pelos nossos amigos economistas. Talvez estejamos, mas quando vemos a realidade da oferta e procura nos países com quem fazemos negócios e para os quais viajamos – Brasil, México, Rússia, China, EUA, Canadá, etc., não vemos nada além de preços fortes para os próximos 12 meses.
Esta semana estaremos no México. Relataremos as nossas Observações do Mercado.
Tradução: Genesus Inc.