Nossa viagem no Brasil continuou na semana passada, visitando produtores e integradoras.
Algumas observações:
Estávamos no sul do Brasil, é outono no seu lado da linha do equador (similar a novembro nos EUA). As temperaturas foram de aproximadamente 50 graus F/10 C. Choveu muito, talvez 10 polegadas, ou 250 mm. A pior chuva desde 1991. Houve deslizamentos de terra em estradas e algumas estradas foram bloqueadas. A BR-101, uma importante estrada Norte-Sul de quatro pistas, foi fechada por várias horas. O terreno é montanhoso – parecido com a região montanhosa de Tennessee-Kentucky. Na nossa viagem de 1.100 km, havia algumas poucas áreas de terra plana. As regiões de terra plana ficam ao norte de onde estávamos.
Os três estados do sul do Brasil foram colonizados há um pouco mais de 100 anos por imigrantes alemães e italianos. Muitos ainda falam a língua dos seus antepassados. A criação de animais no Sul do Brasil é dominado pelos descendentes destes imigrantes. Eles parecem ter o gene de criação animal que vemos também na América do Norte nestes grupos étnicos.
Visitamos algumas granjas no Brasil. Para resumir, vimos excelente manejo. Uma unidade estava atingindo em torno de 30 leitões desmamados por matriz. A maior quantidade de mão de obra disponível permite baixar a mortalidade pré-desmame. Bons funcionários que, com benefícios, custam cerca de US$ 7.500 dólares por ano. Ótimos gerentes de produção custam US$ 25.000 por ano. Na América do Norte, onde teríamos 18 funcionários, vimos 26 no Brasil. O custo de mão de obra por animal é significativamente menor no Brasil. O custo total para produzir um leitão desmamado é abaixo de US$ 25. No sistema de ciclo completo, o custo de produção é aproximadamente US$ 1,00 por kg. de peso vivo.
Os produtores no Brasil realmente zelam pela conversão alimentar. Usam ração peletizada para este fim. De 22 a 117 kg, a conversão alimentar é 2,35. É resultado de manejo intensivo, não de genética. As fontes de genética suína no Brasil são as mesmas da América do Norte. A excelente conversão alimentar do Brasil é resultado de manejo, não de alguma descoberta genética mágica. Isso mostra o que é possível conseguir quando se dá foco intensivo ao ajuste adequado de alimentação.
O Brasil está oficialmente livre de PRRS. Isto, obviamente, ajuda a produção. Mycoplasma parece ser generalizado. A maioria das pessoas com quem falamos, se não todas, ficaram surpresas em saber que o sistema de genética da Genesus, com 28 mil matrizes na América do Norte, está livre de PRRS e Mycoplasma.
O uso do produto da Pfizer para castração química é legal no Brasil. Algumas integradoras estão usando este produto que, em termos leigos, murcha os testículos. Assim os machos são abatidos sem nenhum desconto e, supostamente, os machos crescem mais rápido, são mais magros e têm melhor conversão alimentar. Parece-nos que agumas das empresas integradoras que abate seus suínos próprios estão usando o produto a um custo de aproximadamente US$ 5,00 por suíno. Um grande produtor que visitamos nos contou da suas experiências próprias, dizendo que não poderia justificar o custo de US$ 5,00 por suíno.
Vai ser interessante ver como o mercado recebe este produto da Pfizer na América do Norte. Alguns frigoríficos norte-americanos nos disseram que têm pouco interesse em tentar vender os benefícios aos varejistas. Estão sentindo pressão para usar menos antibióticos e aditivos, e tentando explicar a castração química pode abrir discussões que seriam melhor deixados de lado. O tempo dirá: a US$ 5,00 por suíno para a Pfizer, não é de estranhar que estão pressionando bastante para conseguir a aprovação. Um cálculo simples: 60,000 milhões de suínos machos na América do North vezes $ 5,00 = US$ 300 milhões por ano. Sempre siga o dinheiro!
O preço do suíno no Sul do Brasil é cerca de R$ 2,21 por kg vivo. Custo de produção é em torno de R$ 1,90. Os produtores devem estar ganhando em torno de US$ 20 por cabeça.
Os produtores e integradoras com quem falamos no Brasil esperam expansão ao longo dos próximos anos. Alguns esperam um aumento de um milhão de matrizes durante os próximos dez anos. Parece haver uma confiança forte e agressiva no Brasil para a produção de suínos. Isto apesar do relativamente baixo consumo doméstico de carne suína de 13 kg per capita, mas acreditam que, na medida que aumenta a renda nacional per capita para os 200 milhões de pessoas no Brasil, assim vai aumentar o consumo de carne suína. Duzentos milhões de pessoas vezes alguns quilos a mais de carne suína equivale a muitos suínos.
A atitude de ir ao encontro do futuro no Brasil parece contrastar com o que acreditamos ser o clima predominante de nenhuma expansão na América do Norte. Não temos certeza sobre o porquê desta diferença de atitude. Não estamos vendo nenhuma grande diferença de estrutura ou de custo entre as duas áreas. Ao longo dos últimos dois anos e meio, os produtores nas duas áreas perderam muito dinheiro.
Conclusão: Bons produtores no Brasil; bons produtores na América do Norte; com custos de produção semelhantes. Para se manterem competitivo é preciso sempre melhorar o desempenho!
Citação da Semana
Evo Morales, Presidente da Bolivia, falou na semana passada: “Quando falo sobre frango… o frango que comemos está cheio de hormônios femininos. É por isso que os homens, quando comem frango, têm deviações no seu comportamento como homens. Não a frango, sim a carne de porco e vegetais”.
Presumimos que os avicultores na América do Sul não gostaram!
Tradução: Genesus Inc.