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Impacto das inundações no RS pode afetar PIB brasileiro no 2º trimestre

Impacto das inundações no RS pode afetar PIB brasileiro no 2º trimestre

O segundo trimestre pode apresentar volatilidade nos dados econômicos do Brasil devido aos efeitos das inundações no Rio Grande do Sul. No entanto, a resiliência da atividade econômica deve evitar revisões expressivas para baixo nas estimativas do PIB, mesmo com um afrouxamento monetário menor do que o esperado.

Analistas destacam três pontos positivos dos dados do PIB do primeiro trimestre divulgados na terça-feira (03/06): o crescimento de 0,8% nos primeiros três meses do ano, a diversificação da expansão econômica, que não está concentrada em um único setor, e a recuperação dos investimentos.

As inundações no Rio Grande do Sul podem evitar revisões para cima nas projeções do PIB para o ano, mas não devem provocar grandes reduções.

O economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, estima que o desastre climático no Estado tenha um impacto de 0,3 ponto percentual no PIB do Brasil em 2024, mas prevê uma rápida recuperação da economia gaúcha devido aos incentivos governamentais.

O investimento também foi destaque no resultado do PIB do primeiro trimestre, com uma expansão de 4,1%, embora ainda esteja 15,1% abaixo do pico registrado no segundo trimestre de 2013.

“O crescimento dos investimentos mostra uma tendência de sustentação da economia”, afirmou Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, que também projeta uma expansão de 2% do PIB este ano.

A política monetária continua sendo um fator importante, com a expectativa de cortes adicionais na taxa Selic diminuindo em relação ao inicialmente previsto.

A pesquisa Focus indica que o mercado espera apenas mais um corte de 0,25 ponto percentual na Selic este ano, mas já há discussões sobre a manutenção do atual patamar de 10,50%.

O Banco Central tem ressaltado preocupações com o cenário fiscal, que podem estar influenciando as expectativas de inflação.

“Essas preocupações com o fiscal e a desvalorização do real no segundo trimestre tendem a frear o crescimento econômico via condições de crédito mais apertadas e menor confiança do empresário”, destacou Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos.