O Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, liderado pelo Brasil atualmente, prioriza a discussão sobre a “Sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos”. A meta é promover diálogos entre países e organizações para identificar boas práticas na produção, considerando as particularidades de cada região, como solo, clima e culturas locais.
Esta agenda é crucial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU até 2030. Roberto Perosa, coordenador do grupo e secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ressalta a importância de demonstrar diferentes abordagens para a sustentabilidade agrícola, visando evitar decisões unilaterais que prejudiquem um país específico. O foco está em mostrar que a sustentabilidade pode ser alcançada de várias maneiras, em contextos diversos.
Os debates dentro do GT visam fortalecer o compromisso com formas diversas de sustentabilidade nos sistemas agroalimentares, destacando eficiência, inclusão e resiliência. O objetivo é criar um acordo internacional para combinar regulamentações e promover cooperação técnica entre países, compartilhando experiências e desenvolvendo políticas públicas.
O Governo Federal instituiu o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), visando aumentar a produção de alimentos sem desmatamento adicional. A iniciativa visa recuperar e converter até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis em uma década, contribuindo significativamente para a produção de alimentos no Brasil sem prejudicar as áreas de vegetação nativa.
O PNCPD, estabelecido em dezembro de 2023, apoia empreendimentos registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e busca financiamento externo em parceria com o BNDES, sem depender de subsídios do Governo Federal.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destaca o programa como um legado importante para a agricultura, combinando benefícios sociais e ambientais, tornando o Brasil mais atrativo para investimentos internacionais.
Além disso, o Brasil assumiu a Presidência temporária do G20 em dezembro, sendo a primeira vez na história do grupo nesse formato. Durante o mandato de um ano, o país organizará diversas reuniões e culminará com a Cúpula de Chefes de Governo e Estado no Rio de Janeiro, em novembro de 2024.