O biogás é capaz de minimizar crises de energia elétrica como a do Amapá? Esse questionamento é extremamente importante e neste momento você deve estar de perguntando: como o biogás pode ajudar na segurança energética do país?
A energia a biogás transforma realidade de muitos lugares. E a energia a biogás no Amapá, pode melhorar o cotidiano de uma população que sofreu com uma crise de energia recentemente. O que motivou o a situação foi um incêndio no único gerador da empresa responsável na distribuição do serviço no estado.
O acontecimento atinge mais de 700 mil pessoas e ainda não teve os motivos justificados. Enquanto isso, os habitantes do estado enfrentam o racionamento de recursos e falta de abastecimento. Além da falta de bombeamento de água potável e do transporte público, uma vez que não há combustível suficiente para abastecer os barcos que fornecem recursos para as comunidades ribeirinhas e os geradores de eletricidade.
O caos em que o estado se transformou em poucos dias, apenas reforçou a importância da valorização de gerações alternativas de energia. A energia a biogás tem grandes oportunidades no Amapá e essas chances começam a ser exploradas.
Amapá: Um grande potencial para a geração de energia
Devido a falta de energia, a grande produção de peixe e açaí, protagonistas do comércio local, foram perdidas pela falta de energia nos freezers. Neste caso, é possível avaliar pela perspectiva econômica. O potencial de energia a biogás no Amapá, pode ser equiparado a toda a população da terceira maior cidade do estado. São 31.136 MWh que poderiam suprir essa produção. Em outros dados, o estado pode gerar 15 milhões de metros cúbicos de biogás por ano. Os números traduzem o geração de resíduos sólidos urbanos e resíduos da piscicultura, atividade em destaque na região que contribui no potencial para abastecer cerca de 11.800 residências.
Esses dados constam no documento Instituto Escolhas que revelou no início do ano, a tendência da região para a produção de biogás e seus derivados. A economia ganharia força pelo trabalho regional e pelos benefícios resultantes do biogás. Além disso, o trabalho pode revelar o potencial de mais três estados, como o Amazonas, Roraima e Rondônia.
O estudo ainda não foi finalizado, mas a parceria com o CIBiogás no recolhimento desses dados promete revelar um novo futuro para geração de energia a biogás no Amapá e em outras regiões do Brasil. A previsão é que o estudo seja lançado em dezembro de 2020.
O potencial proveniente da mandioca
O Amazonas, por exemplo, mostrou-se protagonista na produção dos resíduos da macaxeira (mandioca). A aptidão da região deve ser explorada. Segundo ‘O Potencial Brasileiro de Biogás’ documento lançado pela Associação Brasileira de Biogás, aponta o Brasil como o quarto maior produtor de raiz de mandioca do mundo com um mercado que possui um dos parques industriais mais modernos do mundo. O país fica apenas atrás da Nigéria, Tailândia e Indonésia.
Quanto à economia, a produção de mandioca “gera mais de 3,4 mil empregos e tem um valor bruto de produção de R$ 1,3 bilhão. Sendo em torno de 12% de sua produção da raiz é encaminhado para fecularias.” O número significa um grande potencial para a geração de biogás, seja como o efluente resultado da prensagem da raiz para a mandioca, ou como resíduo da fecularia.
Portanto, podemos notar que a gestão de matérias-primas orgânicas, são uma grande fonte de produção de energia que evita essas quedas em regiões desfavorecidas. A geração de energia por meio dessa transformação contribui nos mais relevantes aspectos para solucionar a crise energética, econômica e residual de um espaço, oportunizando uma ascensão nas soluções sustentáveis do país.
Energia a biogás no Amapá: Uma oportunidade para a bioeconomia
O documento da ABiogás complementa os dados sobre produção de energia elétrica em 2019. A soma revelou 4,7 bilhões de metros cúbicos de energia nos 12 meses decorrentes e o Brasil demonstra um futuro protagonismo na ascensão da energia sustentável. Confira o percentual de cada estado na imagem abaixo.
Na figura, podemos observar que o potencial do Amapá corresponde a 2% e diante dos caos energético do estado, é evidente necessidade da criação de programas que favoreçam a Amazônia através do biogás. Essa fonte renovável pode ser muito bem aproveitada pelas matérias geradas pela população da região. A ação beneficiará os mesmos por meio da bioeconomia e segurança energética.
Sendo assim, temos como futuro uma realidade onde a tecnologia através dos biodigestores e processos do biogás, podem protagonizar a geração de energia de diversos estados brasileiros. A bioeconomia facilitará a aquisição de energia para os pequenos produtores e cooperativas, além de beneficiá-los e toda a população com a economia circular pelo processamento de resíduos nativos da região.
Solução a biogás
Dentre esses benefícios que o biogás proporciona, a energia a biogás no Amapá, recebe, na implantação da ideia futuramente, outras características vantajosas do biogás, sendo elas:
- Fonte não intermitente;
- Armazenamento com valor acessível;
- Boa despachabilidade;
- Potencial pluralizado, localizado em áreas urbanas e rurais;
- Adequado a Geração Distribuída e aplicação em Microgrids;
- Alternativa sustentável;
- Impulsiona o desenvolvimento de pesquisa voltados ao fornecimento da cadeia.
Neste caso em questão, a microgrid pode ser uma solução viável para prover energia a biogás no Amapá, visto que esta alternativa pode ser aplicada em ambientes rurais e urbanos, garantindo a segurança energética de uma região de forma conjunta, com qualidade no fornecimento e confiabilidade em todo o processo de instalação, evitando as quedas repentinas por meio de um gerador de energia com grids vinculados pelas cidades.
Esses projetos podem atender consumidores em situações como essa pelas concessionárias, atuando assim, sem conexão com a rede, de forma isolada.
Em nota oficial, o Ministério de Minas e Energia confirmou a volta de energia em 100% das cidades prejudicadas no estado pelo apagão que durou 22 dias. A volta do fornecimento aconteceu a partir do restabelecimento de carga na montagem de dois transformadores de energia na subestação do estado.