A Amazônia tem o potencial de gerar 537 milhões de metros cúbicos de biogás, segundo aponta um estudo inédito idealizado pelo Instituto Escolhas e intitulado “Biogás: energia limpa para a Amazônia”.
Produzidos anualmente em toda a região, esse recurso poderia originar 1,1 TWh de eletricidade limpa, quantidade suficiente para atender 556 mil residências.
Para aproveitar todo esse potencial proporcionado pela geração de energia por biogás, empreendedores de todos os estados da Região Norte contam com linhas de financiamento diferenciadas operadas pelo Banco da Amazônia (Basa).
Além de se apresentar como uma solução de abastecimento energético, a produção de biogás combina a geração de energia com o tratamento adequado de resíduos, possibilitando um desenvolvimento mais sustentável não apenas para o negócio que decide investir na tecnologia, como para todo o seu entorno.
Em uma região como a Amazônia, para além do próprio lixo urbano coletado pelos municípios, os resíduos de importantes atividades da bioeconomia da região, como a própria piscicultura e a produção agrícola, por exemplo, são outra possibilidade de fonte para a geração de biogás, proporcionando aos negócios a obtenção de uma energia limpa com redução de custos.
A diversidade de matérias-primas que podem ser utilizadas na geração de energia por biogás é destacada pelo gerente executivo de Pessoa Jurídica do Basa, Nélio Gusmão, como uma das vantagens dessa matriz energética. O biogás é uma das fontes de energia renováveis que podem ser financiadas por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), operado pelo banco.
“A linha FNO – Infraestrutura Verde veio justamente com o objetivo de criar diferenciais de acesso a recursos para projetos que tivessem o compromisso de deixar algum ganho ambiental para a sociedade através da sua implantação”, considera. “Na área de geração de energia tem uma série de alternativas de apoio do Banco que vão desde geração de energia fotovoltaica, geração de termelétricas com biomassa de dendê ou biomassa derivada de reflorestamento, até o biogás, a produção de gás através das várias possibilidades de fontes alternativas, seja através da compostagem ou através de processo de tratamento de lixo. São múltiplas possibilidades de matéria-prima para o biogás, o que é muito interessante”.
Nélio considera que o biogás pode ser uma boa alternativa de investimento tanto para pessoas jurídicas que queiram desenvolver projetos um pouco mais robustos para a implantação desse tipo de solução, como também para pessoas físicas que desejem implantar o sistema para garantir autossuficiência energética em pequenas propriedades. Em ambos os casos, os projetos financiáveis podem estar atrelados tanto ao âmbito rural, quanto urbano.
“O FNO traz prazos diferentes, condições de financiamento e carimbos para esses projetos dentro do Banco que permitem uma facilidade maior na hora de acessar esses recursos, então, ele tem um nível de participação de financiamento maior e, a depender do tipo de geração de energia, ele tem um prazo mais longo para pagamento”, esclarece Nélio Gusmão. “No caso do biogás, por exemplo, a gente consegue chegar a até 15 anos de prazo de financiamento, enquanto os demais projetos o prazo máximo que poderia chegar seria de até 12 anos”.
As linhas do FNO possibilitam atender tanto projetos de implantação, quanto projetos de modernização ou de ampliação. Nesse sentido, podem contar com o financiamento tanto quem deseja criar a estrutura necessária para gerar uma atividade comercial derivada desse projeto, quanto quem pensa em fazer uma mudança na matriz energética do seu negócio ou que quer agregar mais uma possibilidade de geração de renda através do biogás.
“Essa é uma grande vantagem do FNO porque ele tem uma abrangência de possibilidades de financiamento e de atividades financiáveis muito grande. Todos os Estados da Região Norte podem ter acesso a essas condições diferenciadas”.
Para quem deseja contar com o FNO para desenvolver um projeto na área, o primeiro passo é procurar uma das agências de relacionamento do Basa para fazer o processo de cadastro, abertura de conta e identificação da proposta.
“Há a necessidade de ter uma visita do Banco ao empreendimento para entender melhor qual é o modelo de negócio daquele cliente, fazer a assessoria e as instruções que ele precisa para poder materializar essa proposta. Depois, o Banco faz a análise de crédito e segue com o fluxo normal de contratação e implantação do projeto através das liberações”, explica o gerente executivo.
“É bom lembrar que há a necessidade de o empreendedor ter uma parcela de recursos próprios como contrapartida. O FNO pode financiar uma boa parte do projeto, mas esse percentual de financiamento depende do porte da empresa, do local de aplicação do recurso, da finalidade de crédito”.