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Energia Sustentável

Biomassa da cana respondeu por 90% do volume contabilizado em 2016

Potência outorgada na matriz elétrica do Brasil é de 14,3 GW, superior à capacidade instalada pela Usina Itaipu que é de 14 GW

Biomassa da cana respondeu por 90% do volume contabilizado em 2016

Atualmente, a capacidade instalada no país é de quase 163 GW de energia e a fonte biomassa representa 9% da potência outorgada na matriz elétrica do Brasil, com 14,3 GW (superior à capacidade instalada pela Usina Itaipu, que é de 14 GW).

Quando se estratifica a fonte fóssil, a bioeletricidade assume a segunda posição na matriz elétrica brasileira, já que a mais importante contribuição da fonte fóssil é o gás natural, que detém 13,7 GW, inferior à capacidade instalada pela fonte biomassa. “Com referência somente à bioeletricidade da cana, o setor sucroenergético detém hoje 11,2 GW, representando em torno de 7% da potência outorgada no Brasil e 78% da fonte biomassa”, explica Souza.

Do total de geração pela fonte bioeletricidade para o Sistema Interligado, a biomassa advinda da cana-de-açúcar respondeu por 90% do volume contabilizado em 2016, com a produção de 21,2 TWh para a rede ano passado. “Com 11,2 GW, a bioeletricidade sucroenergética é a terceira fonte de geração mais importante da nossa matriz elétrica em termos de capacidade instalada, atrás somente da fonte hídrica e das termelétricas com gás natural”, afirma o especialista, comentando que o setor sucroenergético terá instalado o equivalente a uma Usina Belo Monte, quando estiver em plena motorização.

Segundo Zilmar de Souza, gerente de Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) a geração de energia renovável ofertada à rede (21,2 TWh) foi equivalente a ter provido o atendimento a 11 milhões de residências ao longo de 2016 e evitado a emissão de 9,3 milhões tCO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 65 milhões de árvores nativas por 20 anos. Além disso, a oferta à rede pelo setor sucroenergético representou poupar 15% da água nos reservatórios do submercado elétrico Sudeste/Centro-Oeste, responsável por mais de 60% do consumo de energia elétrica no país.

Outro fato positivo apontado pelo gerente da UNICA se refere à sinergia com outras fontes para o abastecimento energético do Brasil. “Há uma predominância da geração para a rede coincidindo com a safra sucroenergética na Região Centro-Sul. Isto traz um impacto extremamente positivo para o setor elétrico porque a geração ocorre predominantemente na época crítica do setor elétrico (período seco), que tradicionalmente vai de maio a novembro de cada ano”, exemplifica.

“Para o ano de 2017, a previsão é que a fonte biomassa acrescente apenas 550 MW à matriz elétrica nacional, número bem inferior ao recorde desta fonte, que aconteceu em 2010, quando foram acrescentados 1.750 MW novos ao sistema”, disse o gerente, explicando que “a fonte biomassa, que já chegou a representar 32% do crescimento anual da capacidade instalada no país, tem previsão de participar, em 2017, com apenas 8% da expansão anual da capacidade instalada no Brasil, índice que poderá cair para apenas 1% em 2018 e 2019”.

O executivo salienta ainda que agentes públicos e privados precisam elaborar uma política setorial estimulante, clara e de longo prazo para a bioeletricidade/biogás e concatenada com uma visão específica para o papel do etanol na matriz energética brasileira.