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Parceria

Colaboração britânica com Brasil envolve gás natural e eólicas offshore

A agenda de colaboração bilateral em energia do Reino Unido com o Brasil ainda terá espaço para projetos de gás natural

Colaboração britânica com Brasil envolve gás natural e eólicas offshore

Em seus esforços para acelerar a transição energética, o governo do Reino Unido quer parar de financiar combustíveis fósseis ao redor do mundo, mas acredita no gás natural como o combustível dessa transição.

Apesar de ser um combustível fóssil, o gás natural está na ordem do dia das colaborações internacionais e formulações de políticas públicas, combinado com fontes de energia neutras em carbono, como eólica, solar e hidrogênio verde.

“Atualmente, este trabalho se concentra no gás natural como combustível de transição, biocombustíveis, biogás, eólica offshore, armazenamento de energia solar e smart grid”, explica a embaixadora interina do Reino Unido no Brasil, Liz Davidson.

Esse entendimento reforça a parceria entre os dois países por meio do programa de energia britânico Prosperity Fund, que apoia o desenvolvimento e implantação de tecnologias limpas no Brasil.

Em nível municipal, alguns projetos já estão em andamento, como a cooperação entre as cidades Aberdeen, no Reino Unido, e Macaé, no Rio de Janeiro.

“Consideradas as capitais do petróleo em seus respectivos países, as duas cidades irão colaborar na área de transição energética, com a ambição de avançar a atividade de eólica offshore”, afirma Liz Davidson.

Em dezembro, o Ministério de Minas e Energia e o Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido assinaram um acordo de cooperação estabelecendo o compromisso mútuo de trabalhar para desenvolver tecnologias limpas e mercados eficientes, descarbonizar a produção de petróleo e gás e acelerar o investimento em energias renováveis no Brasil.

O Reino Unido também assinou um acordo com o governo de Minas Gerais

O memorando visa a cooperação em projetos de agricultura de baixo carbono e bioenergia. O estado tem projetos de empresas britânicas como a futura fábrica de células de baterias de lítio-enxofre da Oxis Energy, em Juiz de Fora, além de atividades da BP Bunge Bioenergia, Faro Energy, Atlas, Green Fuels, Anglo American e Aggreko.

Com o desdobramento do acordo, serão estabelecidas ações voltadas ao enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas, bem como à transição energética e, a partir disso, elevar Minas Gerais a um Estado referência na temática no Brasil e apresentá-lo como tal na COP26.

Fim do financiamento público para fósseis

Os detalhes do projeto do primeiro-ministro Boris Johnson para pôr fim a novos apoios financeiros para combustíveis fósseis serão definidos após um processo de consulta pública promovido pelo governo britânico, com conclusão prevista para esta semana.

Mas a proposta é eliminar qualquer nova assistência oficial ao desenvolvimento, investimento, crédito à exportação e atividade de promoção comercial na indústria de petróleo.

“Haverá algumas exceções — fortemente limitadas — permitidas para atividades que apoiem ??melhorias de saúde e segurança, façam parte de transições mais amplas de energia limpa, apoiem o descomissionamento ou estejam associadas a uma resposta humanitária”, indica a embaixadora interina.

Ela ressalta ainda que o Reino Unido está buscando outras fontes de recursos com diferentes parceiros para aumentar o financiamento e assistência técnica para energia limpa, “para garantir que a energia renovável seja a opção mais atraente de nova geração para qualquer país”.

Segundo Liz, os investimentos britânicos em programas de energia limpa em países em desenvolvimento chegaram a £ 1 bilhão nos últimos cinco anos.

Investimentos em parques eólicos offshore

Para alcançar zero emissões até 2050, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, destinou £160 milhões em financiamento para aumentar a capacidade eólica offshore do país.

O objetivo é que a energia gerada a partir do vento, que hoje responde por 10% da eletricidade britânica, seja suficiente para abastecer todas as residências do país nos próximos dez anos.

“Como presidente da COP26, em novembro, em Glasgow, o Reino Unido tem estimulado maior ambição por parte de todos os países rumo à transição energética e a uma recuperação mais verde no pós-pandemia. Temos adotado medidas neste sentido tanto domesticamente quanto fora do país”, afirma.

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