No Brasil, enfrenta-se, com muita frequência, tarifas elevadas de energia, além de existir uma preocupação com a oferta da demanda em caso de uma retomada do crescimento econômico. Dando seguimento à Agenda Ambiental para o governo federal em 2019, o Jornal da USP no Ar conversou sobre energia e suas questões ambientais com Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente e participante do Projeto Temático Fapesp Governança Ambiental da Macrometrópole Paulista face à Variabilidade Climática.
O professor explica que as hidrelétricas não conseguem acompanhar a demanda da população, por conta das secas prolongadas e baixo nível de chuvas, situação prejudicial para o nível dos reservatórios. A fim de buscar uma saída, o Brasil utiliza as termelétricas, que produzem energia a partir de combustíveis fósseis, para suprimir a necessidade da população. Porém, esse tipo de geração de energia emite grandes quantidades de gases de efeito estufa, polui o ar e tem um custo alto, prejudicando o consumidor ao causar a elevação da tarifa para a bandeira vermelha.
O País não precisa recorrer às termelétricas para completar sua matriz energética. Cortês propõe o investimento na energia eólica como uma saída sustentável e de alta capacidade. O Brasil já ocupa o oitavo lugar entre os maiores geradores de energia eólica e, segundo o especialista, dentro dos próximos cinco anos prevê-se um crescimento superior a 40% da capacidade eólica instalada. A geração eólica, aliada à microgeração solar, com instalação de painéis nas residências, é uma alternativa mais sustentável e capaz de reduzir a dependência climática do Brasil, completa.
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