Entre os 2 e 13 dezembro acontece a próxima conferência da ONU sobre a mudança do clima (COP25), em Madri, na Espanha, com a participação de líderes de diversos países para buscar caminhos para reduzir os impactos do efeito estufa no planeta.
Um estudo divulgado em outubro deste ano pelo FMI e a Universidade de Cambridge, inclusive, estima que o impacto da mudança do clima no PIB pode superar a casa dos 7%, ampliando a preocupação com o tema para além da agenda ambiental.
O investimento em energias renováveis tem se apresentado como uma opção para reduzir esse impacto ambiental, de acordo com um relatório divulgado pela ONU.
Diferente dos combustíveis fósseis, o processo de geração de energia elétrica a partir da energia solar não emite dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), e dióxido de carbono (CO2). Todos estes gases são poluentes e com efeitos nocivos à saúde humana e contribuem para o aquecimento global.
Apesar disso, o uso da energia solar como uma fonte de energia sustentável no Brasil ainda está abaixo do que poderia ser utilizada. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que é o órgão responsável por realizar estudos sobre o setor energético, mostra que apenas 0,6% de toda a matriz energética do Brasil provém da energia fotovoltaica.
O Brasil tem uma das melhores irradiações do mundo. O Atlas Brasileiro de Energia Solar apontou que o pior lugar no Brasil para produção de energia fotovoltaica é ainda 30% mais eficiente para a produção de energia do que na Alemanha, por exemplo. O interior do Nordeste e o norte de Minas Gerais, por exemplo, são as áreas que possuem maior irradiação solar, ou seja, são as regiões que possuem maior capacidade de geração de energia.
“O Brasil possui uma vocação natural para produção de energias renováveis, precisamos aproveitar todo o nosso potencial para contribuir para reduzir o impacto ambiental”, reforça Alcione Belache, CEO da Renovigi, uma das maiores fabricantes de sistemas fotovoltaicos do Brasil.
Para se ter uma ideia, o número de 650 mil módulos sistemas instalados pela Renovigi até hoje no país, devem gerar aproximadamente 7,5 GWh ao longo de 25 anos, média estimulada de vida útil dos equipamentos.
Estima-se que 20250 árvores deixarão de ser cortadas nas próximas duas décadas apenas em decorrência destes projetos. Na prática, 7522 toneladas de CO2 – o gás carbônico ou dióxido de carbono, elemento químico que mais contribui para o efeito estufa, deixarão de ser emitidas na atmosfera.
Índia, Estados Unidos e China estavam entre os países que registraram os maiores aumentos de emissões de gases de efeito estufa no ano passado devido ao crescente consumo de energia dominado por combustíveis fósseis, colocando em risco as metas climáticas globais, segundo um novo relatório. As emissões aumentaram 6,3% na Índia, 3,4% nos EUA e 2,3% na China, segundo dados da consultoria Capgemini publicados no relatório Observatório Mundial dos Mercados de Energia.
“Os números do relatório da Capgemini são um alerta. É preciso repensar a forma como o mundo consome energia, principalmente as provenientes de combustíveis fósseis. Precisamos de políticas públicas comprometidas com o meio ambiente, de mais financiamentos e maior conscientização”, finaliza Alcione.