Realizado desde 2014, o Coala Festival, que reúne artistas da música brasileira contemporânea, já entrou na agenda cultural paulistana. Agora, ele passará a integrar também a lista de eventos que adotam uma série de iniciativas para neutralizar as emissões de carbono de toda a eletricidade gasta em cima do palco.
A estratégia do festival para neutralizar suas emissões baseia-se na aquisição de títulos de energia renovável conhecidos como International Renewable Certificates, ou I-RECs, que podem ser comprados de empresas que produzem energia com baixa pegada de carbono. O comprador do I-REC utiliza a energia disponível em todo o sistema, mas, ao adquirir um certificado, ele remunera a empresa que produziu a fonte renovável.
A certificação dos títulos é feita por agentes autorizados, que avaliam se os papéis seguem padrões internacionais. A negociação dos certificados ocorre no mercado voluntário, e eles não podem ser comercializados novamente para evitar o risco de dupla contagem. O sistema é reconhecido por cerca de 70 países.
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O Coala Festival comprou 150 I-RECs da Tereos, companhia francesa que atua na cogeração de energia. As usinas do grupo no Brasil produzem eletricidade a partir da queima do bagaço da cana. Os certificados equivalem a um consumo de até 150 MWh nos três dias no evento – cada I-REC corresponde a 1 megawatt-hora (MWh) de energia de fonte renovável -, que começará nesta sexta-feira (16/9) e vai até domingo (18/9).
O festival garante que a transação evitará a emissão de 4,8 toneladas de gás carbônico que ocorreria se a energia tivesse fontes não-renováveis O valor da transação não foi revelado. A Tereos já vendeu I-RECs para outros eventos culturais.
Em junho, a companhia negociou os certificados para o festival João Rock, realizado em Ribeirão Preto (SP). A certificação dos títulos da empresa ocorreu em 2021.
