Nesta quinta-feira (12), em Chapada dos Guimarães (MT), terá início oficial o encontro do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, reunindo ministros de Agricultura e delegações de países membros, além de organismos internacionais. O evento, que ocorre até sexta-feira (13), é parte de uma série de reuniões técnicas iniciadas no dia 10 e busca consolidar políticas públicas para a produção agropecuária global, com foco em segurança alimentar e sustentabilidade.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, será o anfitrião do evento, que também contará com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, do diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, e do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes. Durante o encontro, o painel do B20 – braço privado do G20 – trará recomendações da Força-Tarefa sobre Agricultura Sustentável e Sistemas Alimentares, enquanto o painel coordenado pela Esalq/USP abordará a agricultura tropical e de baixo carbono, destacando práticas agrícolas sustentáveis e a redução de desperdício de alimentos.
O evento também marcará a apresentação de um ambicioso programa brasileiro de recuperação de pastagens degradadas, que visa transformar 40 milhões de hectares em sistemas produtivos eficientes e de baixo carbono. A iniciativa, que integra as estratégias do Brasil para intensificar a produção agropecuária sem desmatamento, deverá ser introduzida aos participantes do G20 pelo ministro Carlos Fávaro.
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Sustentabilidade como Solução Global
Segundo Carlos Ernesto Augustin, assessor especial do Mapa, o programa busca alavancar recursos financeiros internacionais, com países como China, Japão e nações do Oriente Médio como potenciais investidores. O foco principal é a recuperação de pastagens degradadas para ampliar a produção de forma sustentável, gerando benefícios ambientais por meio do sequestro de carbono.
“Produzir sem desmatar e sequestrando carbono é exatamente o que o mundo precisa. A segurança alimentar com sustentabilidade é a chave para o futuro”, declarou Augustin em entrevista.
Atualmente, o programa conta com investimentos entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão, com recursos do Brasil e da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica). No primeiro ano, a recuperação de um milhão de hectares está prevista, com projeções de atingir dois milhões de hectares em 2025, o que representaria um aumento de 4% na área plantada.
Agricultura Regenerativa como Prioridade
O programa brasileiro vai além do aumento de produção. Com rigorosos requisitos de sustentabilidade, a iniciativa busca estabelecer uma nova geração de práticas agrícolas regenerativas, alinhando produção e preservação ambiental. Além de pastagens, áreas recuperadas poderão ser utilizadas para agricultura, reflorestamento ou cultivo de frutíferas, ampliando as possibilidades produtivas e os ganhos ambientais.
A proposta brasileira deverá ser discutida durante os debates no G20 Agro, alinhando-se aos objetivos globais de segurança alimentar e preservação ambiental, enquanto o Brasil se posiciona como líder em soluções sustentáveis para a agropecuária. Ao final do encontro, espera-se que uma Declaração Ministerial seja assinada, estabelecendo diretrizes para o futuro da agricultura global.
