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Bioenergia

Geração de energia eólica cresce 52% no Ceará em 2018

Estado ocupa a terceira posição do ranking nacional, atrás do Rio Grande do Norte e Bahia

Geração de energia eólica cresce 52% no Ceará em 2018

Com uma condição climática privilegiada, o Ceará começa a aproveitar melhor o potencial dos ventos para a produção de energia eólica. De janeiro a outubro deste ano, houve um aumento de 52% na geração desta fonte de energia, nas 80 usinas espalhadas pelo Estado. A geração saltando de 745,9 megawatts médios (MW) para 1.138,9 MW. O levantamento parcial de 2018 é do boletim InfoMercado, elaborado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

No ranking nacional, o Estado ocupa a terceira posição, atrás do Rio Grande do Norte (1.473,3 MW) e Bahia (1.236,4 MW). Jurandir Picanço, consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis, acredita que o setor está em desenvolvimento em território cearense, apesar dos desafios que precisam ser superados.

“O Ceará foi, no passado, prejudicado pela falta de linhas de transmissão de energia. Hoje, está em plena condição de atrair mais investidores”, analisa. O setor esteve travado porque não apresentava condições favoráveis para o escoamento da energia.

Ocorre que, em dezembro de 2017, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) liberou leilão para duas novas linhas a fim de conduzir entre o Ceará, Paraíba e Piauí.

Outro indicador positivo é a capacidade instalada de energia eólica do Estado, que ficou em 2.049,9 no mês passado. Também atrás do Rio Grande do Norte (3.949,3 MW) e Bahia (3.525 MW), segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Para Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica, o Ceará acompanha o sucesso da região Nordeste, onde o setor de energias renováveis ganha cada vez mais espaço. “Considerando que a matriz de geração de eletricidade deve ser diversificada entre as demais fontes de geração, e o Brasil tem um baixo consumo de eletricidade per capita, a energia eólica no País ainda possui muitas décadas de desenvolvimento para o futuro”, explica.

“E, neste desenvolvimento, o Nordeste tem destaque por representar o nosso maior potencial, com ventos de boa qualidade e fatores de capacidade elevados”, acrescenta Elbia. Ela pondera, no entanto, que uma retomada da economia nacional é necessária para ampliar o mercado com novas contratações e construções de parques eólicos.

Adão Linhares, secretário-adjunto da Energia da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), diz que o Estado vive um bom momento, embora tenha capacidade para alcançar resultados ainda mais representativos. “É importante ressaltar o papel da energia eólica cearense na matriz energética nacional. O setor tem tido resistência, mas a tendência é se consolidar cada vez mais nos próximos anos e entrar com mais força”, prevê.

Atualmente, o Brasil possui 14,34 gigawatts (GW) de capacidade instalada em 568 parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores espalhados por 12 estados. Em média, a energia gerada pelas fontes eólicas equivale ao consumo residencial médio de cerca de 26 milhões de habitações (80 milhões de pessoas).