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Meio Ambiente

Agricultura cresce sem agredir ambiente

Ministro afirma que País caminha para desmatamento zero e investe no bem-estar animal.

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, em depoimento à coluna, garante que o setor cresce com base em alta tecnologia e respeito ao ambiente. “Estamos caminhando para o desmatamento zero. Os frigoríficos não compram carne de áreas desmatadas. E, além disso, o gado no Brasil pasta livre, praticamente sem confinamento, o que está de acordo com modernos conceitos de propiciar vida agradável ao rebanho e é raro, no mundo. Quando há confinamento, no Brasil, é apenas na fase final de engorda, por período curto. Com uso de tecnologia, o Brasil chegou a uma condição em que pode duplicar sua produção agropecuária sem derrubar uma árvore”, diz.
Afirma que, durante séculos, o Brasil adotou a pecuária nômade. Os pecuaristas andavam com o gado, deixando para trás as terras usadas, que permaneciam degradadas. Agora, essas áreas serão recuperadas, graças ao avanço tecnológico, o que possibilitará o aumento de produção sem desmatar e sem ampliar a área plantada, pois, ao contrário, se irá recuperar terrenos perdidos. Cita que, em algumas regiões, usa-se o modelo mais conservacionista, pelo qual se une capim, para o pasto, com produtos como soja e milho e ainda e floresta para corte. Os três produtos – capim, soja ou milho e eucalipto – são plantados de forma compatível. Há também sistemas que capturam gases do efeito estufa, com o uso do nitrogênio do ar para redução de fertilizantes químicos.

“O maior amigo da terra é o produtor rural. Ele deve poder plantar perto dos rios, pois aí é que consegue boa colheita, mas ele jamais irá agir contra a terra, pois agiria contra seu futuro e de sua família”.

Segundo o ministro, o Brasil conseguiu implantar um sistema em que o agronegócio tem escala e propicia bons lucros ao país, com produção voltada para grãos e energia. A agricultura familiar produz regionalmente, com sucesso. A agricultura representa 26% do Produto Interno Bruto, 42% das exportações e absorve 40% da mão de obra nacional. Para o ministro, o setor já mereceria participar do Conselho Monetário Nacional ou do conselho do BNDES, por sua importância.

Sem querer agredir ONGs internacional, ele afirma que o Brasil é modelo de preservação, pois 55% de sua energia são renováveis, contra média mundial de 15%; é o país com maior cobertura vegetal original no mundo e, portanto, não deveria estar nas manchetes das entidades ditas ambientalistas estrangeiras. Revelou o Brasil é líder mundial em exportações de açúcar, café, suco de laranja e carne de frango e está em segundo lugar em vendas de soja e de carne de boi, e em quarto em carne de suíno.

“O Brasil é responsável por 25% das vendas mundiais de produtos alimentícios e espera, em dez anos, atingir 33% de tudo o que é vendido de alimentos no mundo”.

Segundo o ministro, as questões ambientais estão bem encaminhadas. Garante que o Brasil conseguiu conciliar a competitividade agrícola com respeito ao ambiente, o que é essencial para quem almeja ser uma potência agrícola UE e EUA o ministro da Agricultura do Brasil, Wagner Rossi, afirmou ser muito difícil o Brasil e o Mercosul fecharem acordo agrícola com a União Européia – que seria a base para um acordo maior de comércio entre as duas regiões. O Mercosul engloba, além do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Segundo Rossi, a crise européia dificulta que os países do velho continente negociem concessões, mas disse que, mesmo assim, manteve entendimento de alto nível com dirigentes da UE, em Bruxelas, no início de agosto.

“A Europa reconhece que o Brasil será importante fornecedor de alimentos para o mundo, mas não tem condições de fazer concessões no momento, o que seria essencial para um acordo”, disse Rossi.

Salientou que o setor agrícola representa 26% da economia brasileira e, na Europa, apenas 5% da produção da região, mas, no entanto, a agricultura européia tem boa organização e pressiona com firmeza os governos. Comentou que os custos dos produtos agrícolas brasileiros são bem menores do que os europeus, mas dificilmente haveria abertura de fronteiras para colocação de produtos brasileiros ou de países do Mercosul.

“Quando estive em Bruxelas, os produtores de leite estavam protestando contra o que achavam ser baixos preços. Só que os preços eram cerca de cinco vezes o praticado no Brasil”, comentou o ministro.

Em relação aos Estados Unidos, Rossi declarou que foi positivo o acordo em relação ao algodão, mas que, em outras áreas, os americanos não mostram intenção de ceder ao Brasil. “No caso do etanol, o nosso, a cana, é bem mais barato do que o deles, a partir de milho. Mas eles precisam manter sua mão-de-obra no campo e, também por questões político-eleitorais, tão cedo não haverá espaço para inegração com o Brasil nesse campo. A verdade é que o Brasil está se confrontando com os Estados Unidos em diversos produtos. É o aluno que começa a rivalizar com o professor”, concluiu.