A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), lança hoje mundialmente o Projeto Biomas na Conferência das Partes sobre o Clima (COP-16), da Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se de iniciativa inédita no Brasil, um país de 851 milhões de hectares, que alcançou liderança mundial na produção de alimentos conservando 56% da sua cobertura vegetal original.
Ao longo de nove anos serão promovidos pesquisa e compartilhamento de informações nos seis biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa), tendo como maior objetivo conciliar a produção rural e a preservação ambiental. Dessa maneira, o País, as classes rural e científica assumem posição de protagonismo diante do maior desafio da atualidade: fazer frente à demanda crescente por alimentos com o compromisso da sustentabilidade e da preservação. Em 2050, a população global será de 9 bilhões, o que demandará um aumento de 70% na produção de comida.
O Projeto Biomas, que contará com orçamento de R$ 40 milhões, terá a utilização da árvore na atividade rural como eixo dos projetos de pesquisa. As florestas devem servir como alternativa para diversificação dos sistemas produtivos na propriedade rural e na composição das APPs e seus entornos, representados pela reserva legal (RL) e área de uso alternativo (AUA).
No momento estão sendo demarcadas e estudadas várias unidades demonstrativas do Projeto Biomas, que serão showrooms de técnicas de produção sustentável. Assim, o produtor rural brasileiro poderá escolher o melhor para a sua propriedade a partir de exemplos reais, já colocados em prática.
Articulação – Por ter abrangência nacional, o Projeto Biomas exigirá intensa articulação de parcerias. Apenas na área de investigação serão necessários algo como 200 pesquisadores em todo o Brasil. Entre os potenciais multiplicadores estão as cooperativas, empresas estaduais e municipais de assistência técnica rural, de meio ambiente e de pesquisa agrícola.
Em termos de propriedades, estima-se de 3 mil a 7,5 mil para a instalação dos módulos, num total de 6 mil a 15 mil hectares. Cada módulo terá área entre dois e cinco hectares de plantios simples ou consorciados de espécies florestais. Tendo em vista a viabilização econômica, serão utilizadas tanto espécies de rápido crescimento (nativas e exóticas), que propiciem retorno econômico no curto prazo, quanto outras de crescimento mais lento, mas de madeira de grande valor de mercado.