Uma fazenda em Mato Grosso do Sul se tornou um exemplo de boas práticas na criação de suínos. Lá, mais de 80% da água usada vem de reservatórios que armazenam a chuva.
A criação de suínos é a principal fonte de renda da Fazenda Bambu. Localizada no município de São Gabriel do Oeste, região norte de Mato Grosso do Sul, por ciclo, a granja tem capacidade para alojar 4,3 mil suínos, que, além da comida, consomem uma grande quantidade de água: 76 mil litros por dia. Esse número se divide entre água para beber e para a limpeza das baias para retirar oito toneladas de dejetos por dia. Só a manutenção das lâminas d’água consome 64 mil litros.
Depois de fazer as contas, a direção percebeu que poderia reduzir os custos durante a limpeza da granja. E foi olhando para o céu, que nasceu a ideia de reaproveitar a água da chuva.
São quatro quilômetros de tubulações subterrâneas. Todo o sistema, com reservatórios cheios, sustenta a granja por um período de quatro meses, sem a necessidade de reabastecimento.
Em dois anos, a granja captou 13 milhões de litros de água da chuva, o equivalente a 26 milhões de garrafinhas. O investimento refletiu imediatamente na economia de energia elétrica e também no uso racional da água.
O valor investido de R$ 115 mil retornou em um ano, levando em consideração a redução de custos operacionais. “O ganho maior é com a parte ambiental. Toda essa água nós jogamos para o biodigestor, alimentamos as bactérias e isso aumentou em 20% a produção de metano, onde geramos mais energia”, explica Afonso Mrosalen, administrador da granja.
A economia de energia elétrica na fazenda, hoje, é de aproximadamente R$ 450 por mês.
Em breve, a energia produzida pelos biodigestores irá alimentar um grupo gerador. A ideia é tornar a unidade autosuficiente em energia renovável.