Belo Horizonte recebeu nesta segunda-feira (14) o segundo Fórum sobre Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono realizado pelo realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). O evento reuniu mais de 60 participantes na sede da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg).
O Fórum, que faz parte do Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono e atende o Protocolo de Intenções celebrado entre o setor suinícola e o Mapa, tem o objetivo de levar informações e inovações tecnológicas de custo acessível a produtores de suínos, gerentes de granja e chefes de setor, técnicos, acadêmicos e agentes financiadores que desejam aprofundar seu conhecimento e ampliar a discussão em torno do tratamento de dejetos na suinocultura.
De acordo com Sidney Medeiros, fiscal federal do Ministério da Agricultura, o estado de Minas Gerais possui um polo de produção de suínos consolidado, onde há grande potencial de adoção das tecnologias de baixa emissão de carbono. “Queremos passar para os produtores mineiros a ideia de que o aproveitamento dos dejetos na suinocultura é um novo negócio dentro da propriedade. Dessa forma, mostramos como fazer esse aproveitamento, quais a tecnologias estão disponíveis e a viabilidade econômica dessas ações”, disse.
O consultor Fabiano Coser, que ministrou a palestra “Geração de Renda a Partir dos Dejetos da Suinocultura: Biofertilizante, Biogás e Energia Elétrica”, destacou o interesse dos suinocultores mineiros no assunto. “A suinocultura mineira é bastante dinâmica. Primeiro porque os produtores têm consciência de que a solução dos problemas está na mão deles e segundo porque vêm uma oportunidade na produção de fertilizantes e geração de energia elétrica. Hoje, Minas Gerais é um dos estados em que há o maior número de granjas de suínos investindo nessas novas tecnologias de aproveitamento dos resíduos da produção”.
Na visão do presidente da Asemg, Antônio Ferraz, o evento demonstrou a preocupação que o Ministério e demais entidades ligadas ao setor têm em relação ao tema. “O Fórum foi bastante prestigiado pelos suinocultores de Minas Gerais e acredito que a iniciativa vai ajudar a conscientizar ainda mais nossa cadeia quanto à necessidade de aproveitar os dejetos da suinocultura, contribuindo com o meio ambiente e trazendo novas formas de ganho na produção”, enfatizou.
Para Rodrigo da Silva, veterinário com especialidade em genética suína, o Fórum permite a difusão de conhecimento para aqueles que não têm fácil acesso às novas tecnologias. “Os estudos e técnicas apresentadas nesse evento representam um ganho econômico muito grande para os produtores. Com a adoção dessas novas tecnologias, a suinocultura mineira só tende a se fortalecer ainda mais”, avaliou.
Já o produtor José Arnaldo Penna, acredita que o evento surgiu em um momento oportuno e despertou a necessidade de profissionalização da atividade. “É uma ação que surtirá efeito positivo em nossa cadeia, pois despertou nos produtores a importância de transformar o que antes era um problema, como é o caso dos dejetos animais, em oportunidades, trazendo redução de custos e a utilização de novos recursos para uma suinocultura mais limpa e eficiente”.
Marcelo Lopes, presidente da ABCS, conta que a partir de 2016 novos Fóruns serão realizados, visando atender produtores de outras regiões do país. “A ideia é trabalhar e difundir conhecimentos acerca dos temas de bem-estar animal, tratamento de dejetos, reaproveitamento de água e cogeração de energia elétrica”, conclui.
O Fórum sobre Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono é gratuito e também conta com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da Embrapa Suínos e Aves.