A assinatura da moratória da carne pelo Greenpeace e pelos três maiores grupos frigoríficos do Brasil, JBS Friboi; Bertin Frigoríficos e Marfrig, não agradou os pecuaristas do Norte mato-grossense. “Foi uma assinatura unilateral, só entrou os frigoríficos e governo do Estado. Os pecuaristas não participaram de nada disso. A Acrimat não participou. Não se tem a real dimensão do que vai ocorrer com os pecuaristas”, disse Fernando Porcel, presidente da Associação dos Criadores do Norte, que atualmente conta com 212 pecuaristas associados.
O presidente aponta ainda que “boa parte do passivo ambiental que tem hoje foi causado por mudanças da legislação e querem que todo mundo se adapte”, disse. Segundo ele, a regularização requer dinheiro “mas você não pode vender, fica inviabilizado, então como você vai fazer uma atividade pecuária?”, ressaltou. “O boi no Mato Grosso virou moeda de troca para o governo do Estado se acertar com as organizações ambientais”, finalizou Porcel.
As críticas ao documento assinado pelo governador Blairo Maggi não partiram somente dos criadores da região Norte. Na terça-feira representantes da Famato, Imea, Acrimat e Ampa, se reuniram e mostraram descontentamento com a decisão que estabelece o acordo entre as empresas frigoríficas o comprometimento da não comercialização da carne bovina oriunda de regiões desmatadas ou de preservação ambiental.
Já o governo aponta que a carne será valorizada com a moratória que se tornará referência, além de potencializar o preço do produto brasileiro no mercado internacional.