A preocupação está em toda parte. Noticiários e publicações científicas registram os efeitos dramáticos do aquecimento global. Analistas projetam a elevação em 3ºC ou mais da temperatura do planeta até o final deste século. Atentas, diversas empresas, dos mais variáveis setores econômicos (incluindo o agronegócio) estão investindo em práticas sustentáveis. Para José Guilherme Azevedo, executivo da MaxAmbiental (empresa especializada em finanças ambientais), a empresa que não se preocupa com a natureza estará fadada a perder mercados e clientes ao redor do mundo. “Estamos vivendo um período de transição, onde grandes empresários buscam parceiros preocupados com a preservação da natureza. Toda instituição com um programa de sustentabilidade ambiental será valorizada e poderá conquistar muito mais espaço”, descreve.
Azevedo destaca a neutralização das emissões de carbono como ação eficaz dentro de uma empresa que está criando uma “consciência ecológica e sustentável”. Ele explica que, através de medidas simples, é possível fazer a neutralização dos gases emitidos e que são responsáveis pelo efeito estufa. “O plantio de cinco árvores neutraliza uma tonelada de CO2, por exemplo. Também é possível fazer a neutralização aumentando a eficiência energética de uma empresa, ou utilizar fontes de energias renováveis como a eólica ou o biodiesel”, explica Azevedo. “Na atividade pecuária, o uso de biodigestores na criação de animais é a alternativa mais viável”.
Existem algumas organizações que fazem o intermédio da empresa com a ação neutralizadora. É o caso da Max Ambiental, sediada em São Paulo (SP). Segundo o executivo da entidade, após o contato inicial da empresa que quer fazer a neutralização de suas emissões é emitido um questionário, que revelará a quantidade de carbono emitida pela parte interessada. “Nossos cálculos seguem os padrões do Protocolo de Kyoto e da ONU [Organização das Nações Unidas]”, diz Azevedo. “Após o cálculo, o interessado escolhe como fazer a neutralização e, normalmente, é feito por meio do plantio de árvores em regiões de preservação permanente”.
Crédito de carbono – A empresa que não apoiar nenhuma atividade ambiental também pode fazer a neutralização de suas emissões comprando Créditos de Carbono.
Créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa (GEE). Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional.
Os Créditos de carbono dão um valor monetário à poluição. Acordos internacionais, como o Protocolo de Kyoto, determinam uma cota máxima que países desenvolvidos podem emitir. Os países, por sua vez, criam leis que restringem as emissões de GEE. Assim, aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Por outro lado, aquelas indústrias que conseguiram diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o excedente de “redução de emissão” ou “permissão de emissão” nos mercados nacional ou internacional.
Protocolo de Kyoto – Um tratado internacional, discutido em 1997, em Kyoto (Japão), e que tem compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênica do aquecimento global. A redução dessas emissões deverá acontecer em várias atividades econômicas. O protocolo estimula os países signatários (hoje são 175 países integrantes ao Protocolo) a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas:
-Reformar os setores de energia e transportes;
-Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
-Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;
-Limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos;
-Proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
Se o Protocolo de Kyoto for implementado com sucesso, estima-se que a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8°C até 2100, entretanto, isto dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do aquecimento global.
–Com informações da Wikipedia