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Sustentabilidade

Reunião da Rede Zarc Embrapa debate boas práticas agropecuárias e técnicas sustentáveis

Reunião da Rede Zarc Embrapa debate boas práticas agropecuárias e técnicas sustentáveis

A adoção de práticas conservacionistas e sustentáveis, como plantio direto na palha, rotação de culturas, aumento de matéria orgânica no solo e sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), ajuda a mitigar os riscos de perdas causadas por adversidades climáticas, como secas prolongadas ou chuvas excessivas.

Essas práticas foram destacadas na 8ª Reunião da Rede Zarc Embrapa, realizada esta semana em Brasília (DF). Com o uso de boas práticas agropecuárias e técnicas sustentáveis, produtores poderão contar com maior subvenção no seguro agrícola e obter taxas de juros mais baixas no futuro.

Uma iniciativa em destaque é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático Níveis de Manejo, que considera as técnicas de manejo adotadas pelos produtores na definição dos riscos. Outra ação do Ministério da Fazenda é a taxonomia sustentável, que visa definir e padronizar indicadores de sustentabilidade das propriedades rurais. Gilson Bittencourt, Subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais, explica que a ideia é reduzir os juros para atividades sustentáveis e beneficiar quem adota essas práticas, embora o processo envolva a definição de parâmetros e um modelo de certificação.

Zarc

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) é uma ferramenta fundamental para a gestão de riscos no setor agropecuário brasileiro, utilizada pelo Proagro, Programa de Seguro Rural (PSR) e seguradoras. A Rede Zarc de pesquisa da Embrapa trabalha constantemente em melhorias, como a implantação de três faixas de risco, que a partir de julho de 2024, servirão de referência para a cobertura do seguro. Contratos com 20% de risco terão cobertura de 100%, com 30% terão 50% de cobertura, e com 40% a cobertura será de 50%.

Essas melhorias fazem parte do Plano Nacional de Gestão de Risco Agropecuário, que visa a modernização do seguro rural, pesquisa e desenvolvimento, e sustentabilidade e inovação, conforme explicado por Jônatas Pulquerio, diretor de Gestão de Risco Agropecuário do Mapa.

Seguro Rural

Daniel Nascimento, da Federação Nacional das Seguradoras, apresentou o cenário do seguro rural no Brasil nos últimos quatro anos, destacando que após atingir um pico de 16 milhões de hectares segurados em 2020, o número caiu para 11 milhões de hectares em 2023, com uma sinistralidade média de 100% no país. Os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul concentraram 56,7% dos prêmios e 69,5% dos sinistros.

Guilherme Rios, assessor técnico da Confederação Nacional de Agricultura, ressaltou

que apenas 11% da área agrícola do país é segurada, em contraste com os 90% dos Estados Unidos. Para aumentar essa cobertura, ele destacou a necessidade de o seguro agrícola ser visto como uma política de Estado no Brasil, e não apenas como política de governos.

As principais demandas do setor incluem a criação de um fundo para catástrofes com a participação de atores públicos e privados, suplementação do PSR, transferência de recursos da subvenção ao seguro rural para operações oficiais de crédito, e melhorias na oferta e estrutura do seguro rural em todo o Brasil.

Reunião

Aryeverton de Oliveira, pesquisador da Embrapa e moderador da programação da tarde na reunião da Rede Zarc Embrapa, destacou a importância da participação de diversos atores do Banco Central, Ministérios da Agricultura e da Fazenda, representantes de seguradoras e do setor produtivo no evento. Essa interação facilita a prospecção de demandas que podem ser trabalhadas pela equipe. Ele citou como exemplo o início das conversas sobre os níveis de risco há dez anos, que hoje resultam em benefícios concretos para os agricultores brasileiros.