Pecuaristas, frigoríficos e o Ministério Público Federal (MPF) no Estado iniciaram ontem (01/10) discussões para elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Conforme o MPF, o objetivo é de que os frigoríficos se comprometam a não comprar animais, com destino ao abate, oriundos de propriedades rurais que praticam o desmatamento ilegal. Ficou claro ontem que o consenso vai depender de muitas rodadas de negociação. Nova reunião deverá ser realizada daqui a 15 dias.
Um dos principais argumentos da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) é de que neste intervalo o segmento consiga trazer para as discussões que vão levar à formatação do TAC mais representantes e maior representatividade dos segmentos que já compareceram ao encontro de ontem. “Mato Grosso tem 50 frigoríficos e só quatro se fizeram representados. Outro elo da cadeia pecuária que deve ter espaço nesta discussão é o varejo. A questão não é reunir meia dúzia e assinar um acordo”, explicou ontem a Acrimat.
Em entrevista ao “Notícias Agrícolas”, ontem, o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, disse: “o pecuarista até agora não foi consultado para definição desses critérios já anunciados pelo JBS-Friboi, Bertin e Marfrig. Os frigoríficos se esqueceram de que quem produz são os produtores e que eles também vendem seu gado para o frigorífico que quiserem”. Mato Grosso conta com 115 mil propriedades rurais voltadas à pecuária e detém o maior rebanho do País: 26 milhões de cabeças.