A aliança, que também inclui a Mitsubishi Motors, planeja lançar 12 novos veículos totalmente elétricos até 2022 e ao mesmo tempo ampliar a autonomia dos modelos e reduzir os custos das baterias. O grupo quer que mais motoristas optem por modelos elétricos, mas alguns clientes não vão dirigir de verdade — as fabricantes planejam uma linha de 40 modelos até lá com diferentes níveis de automação, incluindo pelo menos um automóvel que não exigirá nenhuma intervenção humana.
O plano de seis anos, chamado Aliança 2022 e anunciado na sexta-feira pelo presidente do conselho do grupo, Carlos Ghosn, em Paris, tem por objetivo consolidar as empresas como líderes das tecnologias de eletrificação, direção autônoma e de automóveis conectados que estão revolucionando os mercados automotivos mundiais. A mudança em relação aos motores de combustão interna será cara, mas Ghosn aposta que suas dimensões e o compartilhamento de plataformas e componentes darão uma vantagem às parceiras na batalha pelo domínio do futuro dos transportes.
“Vamos usar a escala que temos para construir mais vantagens competitivas para o futuro”, disse Ghosn, em entrevista. “Os grandes terão uma boa vantagem nessa situação.”
Tamanho é documento
Apesar de a aliança ser a atual líder mundial em vendas cumulativas de carros elétricos, impulsionada pelo Leaf, da Nissan, que tem sede em Yokohama, no Japão, o grupo precisa se defender da concorrência crescente da velha rival Volkswagen e de novatas como a Tesla, que neste ano fez barulho com o lançamento do Model 3, voltado ao mercado de massa. Depois que a China, um país com apetite para carros, anunciou a intenção de tirar das ruas os veículos movidos a combustíveis fósseis, seguindo o exemplo do Reino Unido e da França, há muito em jogo para as fabricantes de veículos que competem pela liderança do segmento dos carros sem emissões.
A aliança Renault-Nissan-Mitsubishi forneceu um total combinado de 5,27 milhões de veículos no primeiro semestre do ano, superando as vendas das líderes do mercado de massa Toyota Motor e Volkswagen. O grupo prevê que encerrará o ano como a maior vendedora do setor pela primeira vez, com um total estimado de 10,5 milhões de unidades em 2017. O número aumentará para pelo menos 14 milhões em 2022, disse Ghosn.