O governo brasileiro está empenhado em adotar medidas mais rígidas para combater os incêndios florestais no país, especialmente na região amazônica. Uma das propostas em andamento é suspender o registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR) para propriedades que tenham sido identificadas com focos de calor e incêndios não autorizados. Essa iniciativa é parte dos esforços para coibir as queimadas ilegais, que têm causado sérios danos ambientais na região.
André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA), apresentou a proposta. Atualmente, o Amazonas enfrenta mais de 2.700 focos de calor ativos, com a maioria deles concentrada na região sul do estado devido à estiagem severa.
A iniciativa do MMA e do governo do Amazonas precisa ser aprovada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para entrar em vigor. Além disso, o governo federal anunciou o envio de 149 brigadistas adicionais para reforçar o combate aos incêndios na região amazônica, elevando o total de efetivos no estado para 289.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, enfatizou que os incêndios na Amazônia não são naturais, mas provocados intencionalmente por atividades ilegais e mudanças climáticas. Ela também apelou aos moradores locais para cessarem a prática de iniciar incêndios, destacando que a colaboração da população é essencial.
Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), ressaltou que as pessoas que aproveitam as condições secas para limpar terrenos ou áreas griladas podem enfrentar consequências, como a impossibilidade de obter financiamento agrícola e embargos em suas propriedades. A aplicação rigorosa dessas medidas tem o intuito de conscientizar a importância da preservação ambiental e evitar a ocorrência de incêndios prejudiciais.