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Fala Agro

Seguro como parte do “G” de Governança, no ESG

Por Nadia Alcantara, professora da FIA Business School

Seguro como parte do “G” de Governança, no ESG

No artigo anterior, discutimos sobre o mercado de seguros rurais no Brasil – sua função, importância e falamos sobre as incertezas de sua continuidade. Agora, queremos propor ações que podemos adotar enquanto sociedade civil para promover a adoção dessa ferramenta de gestão de risco pelos produtores rurais.

Educação e estímulo na adoção do seguro rural

Do ponto de vista de promoção do uso de seguro rural, as entidades, como cooperativas, integradoras e empresas, podem apoiar programas de educação para o produtor rural. Levar informações e conhecimentos de como esse produto pode apoiar o produtor em momentos de eventos adversos, sejam os climáticos ou de outras naturezas, como eventos sanitários que em alguns casos podem estar cobertos nas apólices.

As cooperativas e integradoras também podem ser um importante canal de vendas de seguro, em parceria com corretores de seguros especializados no produto rural. Como congregam números grandes de cooperados e de integrados, podem adotar ações coletivas e assim negociar melhores condições de contratação e coberturas específicas junto às seguradoras.

Diversificação de Produtos de Seguro

Há vários produtos que podem ter aplicação nos sistemas de produção de proteína animal. O seguro pecuário é o principal produto para esse tipo de carteira. É um seguro que acessa o programa de subvenção, e tem como objetivo proteger a vida dos animais ou do rebanho. Pode ser contratado principalmente por avicultores, suinocultores e bovinocultores. Muitas seguradoras possuem coberturas para doenças como tuberculose e brucelose, o que pode ser essencial para empresas que têm como objetivo erradicar essas enfermidades em seus rebanhos ou em seus fornecedores.

Outros produtos também têm aplicação importante no setor – o seguro de benfeitoria pode oferecer coberturas para incêndios e eventos climáticos severos como raios, vendavais, enchentes, granizo, entre outros para as propriedades rurais.

Tecnologias para ampliação do mercado de seguro

Um outro fator que tem se mostrado cada vez mais importante é a associação de tecnologias para o desenvolvimento de produtos de seguro. A função das diferentes tecnologias, em especial as de monitoramento individuais ou de rebanho, é que elas podem reduzir a assimetria de informação nas seguradoras, e assim ajudar a promover mecanismos mais confiáveis de controle de fraudes e facilitar o processo de verificação da ocorrência de um evento indesejável.

Seguro como ferramenta de governança

O seguro é uma importante ferramenta de governança, à medida que serve como mecanismo de gestão de riscos, e é essencial que cada vez mais seja estimulado seu uso pelos agentes que compõe esse mercado.

Ao passo que o produtor e as empresas, sejam elas as cooperativas ou as integradoras, se valem de produtos de seguro, conseguem gerenciar seus riscos de maneira mais objetiva, e, portanto, ampliar seus mecanismos de governança.

A disseminação do uso de seguros para os sistemas de produção agroindustriais de proteína animal tem um papel estratégico para resiliência da cadeia em si, e de todo o sistema de seguros rurais no Brasil.

Participar das discussões, promover a educação no seu uso e suas aplicações é vital para conseguirmos estruturar um mercado que consiga se manter sustentável, mesmo frente a eventos maiores e que atinjam um maior número de produtores e empresários do setor do Agronegócio.